:: FOLCLORE
Folclore –
é o conjunto de todas as formas de expressão de
um povo: fala, gestos, festas, literatura, música, dança,
lendas, crenças, artesanato e manifestações
religiosas, entre outras. No Brasil, o folclore reflete as influências
da mistura de raças: indígenas, europeus e africanos.
De janeiro a dezembro acontecem centenas de festas no país.
O São João não é apenas uma, mas um
ciclo de festas, as juninas, que se prolonga durante todo o mês
de junho. Assim também é o Natal, um ciclo de festas,
as janeiras ou natalinas, que se prolonga até o dia dos
Reis. No Vale do Paraíba esta é a época dos
figureiros, que modelam em barro personagens de presepe. Em Maceió,
na Bahia, em natal e em Aracaju, o ciclo vive em torno do presépio
ou lapinha tradicional, em casa ou ao ar livre. Esse período
traz à rua pastorinhas e pastoris, reisados e guerreiros,
ternos e ranchos, folias de Reis, cheganças e quilombos,
bumba-meu-boi.
Ao carnaval dão cor na Bahia os afoxés, no Recife
os maracatus, caboclinhos e grupos que fazem o frevo.
No Sábado d’Aleluia faz-se a queima de Judas, precedida
de testamento no Maranhão e na Bahia.
O São João tem toda foguetaria para acordar o santo,
do Piauí a Paraíba, com balões e fogueiras,
canjica de milho verde e bailes de caipira à que não
falta a quadrilha.
Nas festas não pode faltar a tradição das
guloseimas e da boa mesa. Peixes é típico da região
Nordeste. Os pratos mais conhecidos são: peixadas, moquecas,
buchada, vatapá, acarajé,sururu, sarapatel, cuscuz,
bolo-de-milho, pé-de-moleque, pamonha, carne-de-sol,etc.
No artesanato, herdamos dos índios cerâmicas, cestas
e trançados; dos europeus, a arte de fazer rendas e bordados;
e dos negros, o colorido das roupas e instrumentos musicais.
Afoxé
Típica do Carnaval da Bahia, principalmente de Salvador,
é uma dança-cortejo ligada ao candomblé,
religião de origem africana introduzida no Brasil pelos
escravos. Após os ritos religiosos nos terreiros, onde
são evocados os orixás, o grupo sai para a rua entoando
canções com palavras em línguas africanas,
como o ioruba. Para marcar o ritmo desse folguedo, são
usados instrumentos como agogôs, atabaques e xequerês.
Entre os afoxés, o mais conhecido é o Filhos de
Gandhi, cujos integrantes se vestem de branco e azul, com turbantes
na cabeça.
Bumba-meu-boi
Esse folguedo é encontrado em todo o Brasil e recebe nomes
diferentes de acordo com a região. No Nordeste é
conhecido por bumba-meu-boi; no Centro-Oeste, chama-se boi-a-serra;
em Santa Catarina, boi-de-mamão; e nos estados do Norte,
boi-bumbá. Em todos, o tema central é a morte e
a ressurreição de um boi. O auto do boi em sua versão
mais completa é apresentado no Maranhão, Pará
e Amazonas, e só nesses estados ocupa posição
central no folguedo. No enredo, a mãe Catirina, grávida,
sente vontade de comer língua de boi. Para satisfazer seu
desejo, o marido, Pai Francisco, mata o boi mais bonito da fazenda
do patrão. O rico fazendeiro
descobre e manda prendê-lo. Com a ajuda de um "doutor
de boi" ou de um pajé, o animal é ressuscitado
e pai Francisco, perdoado. Elemento principal do folguedo, o boi
é feito de uma armação revestida de tecido
e enfeitada com miçangas, canutilhos, lantejoulas, fitas,
penas e palhas. Dentro dele, um homem pula e dança entre
a multidão. O desenrolar da história é acompanhado
por instrumentos, como pandeirão, zabumba, matraca, maraca,
tambor onça –cuíca grave, caixa, sanfona e
cavaquinho. É encenado tradicionalmente entre o Natal e
o Dia de Reis na Região Nordeste e durante as festas juninas
no Maranhão e nos estados do Norte. No Maranhão,
existem bois de estilos diferentes: os africanos bois de zabumba;
os bois de matraca e os
carnavalizados bois de orquestra, acompanhados de fanfarras. A
diferença entre eles está nos ritmos, nas vestimentas,
nos instrumentos e nos estilos de dança
Caboclo
São folguedos que representam danças e manobras
guerreiras dos índios brasileiros. Os participantes vestem
tangas, peitorais e cocares feitos de penas coloridas, e as coreografias
são bem ágeis. No passado, é possível
que esses folguedos tenham sido praticados por índios e
reelaborados pelos jesuítas com fins catequéticos.
Agora, no entanto, restam poucas referências verdadeiramente
indígenas nesses folguedos. Nos caboclinhos do Carnaval
do Recife (PE) e nas carnavalescas tribos de índio da Paraíba,
são usadas preacas – espécies de arco e flecha
com função percussiva. A música é
entoada por um grupo instrumental no qual se destaca uma pequena
flauta de nome gaita
Cerâmicas
É uma técnica milenar que utiliza dois ingredientes
básicos: argila e água. Os objetos moldados são
levados a um forno, geralmente a lenha, no qual são queimados
e adquirem resistência. Vasos, louças, imagens de
santo, bonecas e figuras de bicho são algumas das peças
produzidas pelos ceramistas espalhados por todo o Brasil, que
conferem a seus trabalhos características locais. Em Pernambuco
há dois pólos expressivos de
produção de cerâmica. Em Caruaru, encontram-se
pequenas figuras representando personagens. Cenas e costumes populares
são típicos do artesanato nordestino. Um artesão
conhecido dessa forma de expressão foi Mestre Vitalino
(1909-1963), que reproduzia cenas da vida do nordestino. Outro
pólo expressivo é o da cidade de Tracunhaém,
onde a produção de peças utilitárias
e esculturas de cerâmica é grande.
Cestas e trançados
Artesanato de forte influência indígena, executado
com fibras vegetais. Algumas dessas fibras, como o buriti, a carnaúba,
a piaçava e o babaçu, são retiradas de palmeira.
Na cestaria indígena e entre as peças para pesca
confeccionadas pelos artesãos caiçaras, são
usados diversos tipos de cipó, como cipó-de-fogo,
imbé, jacitara e titica. Na região do delta do Parnaíba,
entre o Maranhão e o Piauí, a folha seca da palmeira
babaçu é usada para fazer cestos, esteiras e chapéus.
A técnica artesanal da cestaria e do trançado é
muito comum nos
seguintes estados do Norte e do Nordeste: Ceará, Piauí,
Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte, Tocantins, Roraima
e Amazonas.
Cultura popular
É o conjunto formado por todas as formas de expressão
de um povo: fala, gestos, festas, literatura, música, dança,
lendas, crenças, manifestações religiosas
e artesanato, entre outras. Apesar de estar em constante transformação,
essa cultura conserva tradições que são passadas
de geração em geração e que funcionam
como uma memória coletiva, revelando o imaginário
das diferentes comunidades. No caso do Brasil, a cultura popular
reflete a própria miscigenação racial do
país, incorporando influências de diversos povos,
principalmente europeus, africanos e indígenas. Entre as
principais formas de expressão artística do cotidiano
brasileiro, as festas populares podem ser consideradas um dos
núcleos centrais, já que nelas encontramos danças,
folguedos, ritmos e instrumentos musicais característicos.
Além das festas, as lendas, os mitos e o artesanato também
revelam aspectos típicos de cada região.
Festas carnavalescas
Famoso no mundo inteiro, o Carnaval brasileiro é originário
do entrudo português, um conjunto de brincadeiras de rua
em que as pessoas atiravam água, farinha, ovos podres e
fuligem umas nas outras. Essa festa acontecia na época
anterior à quaresma, período do calendário
católico destinado à penitência, e simbolizava
um momento de libertação - significado que permanece
incorporado ao Carnaval. Trazido para o Brasil no século
XVII, o entrudo sofreu influência dos carnavais de países
europeus, como a Itália e a França, a partir do
século XIX. Foi quando as máscaras, as fantasias
e os personagens, como o pierrô, a colombina e o Rei Momo,
entram para a festa brasileira. Nessa época surgem também
os primeiros blocos, cordões e "corsos", desfiles
de carros alegóricos. A partir daí, a festa vai
ganhando força e chega a praticamente todas a regiões
brasileiras. Ano após ano, o repertório musical
que embala a folia vai aumentando, ganhando novas cantigas e ritmos,
como as famosas marchinhas A tradição do Carnaval
de rua, onde todos podem participar, não desaparece, porém.
Ela permanece forte no Nordeste, principalmente no Recife e em
Olinda, onde se destacam o frevo e o maracatu. Em Salvador há
trios elétricos, blocos de rua, o Afoxé Filhos de
Gandhi, e blocos negros, como o Olodum e o Ileyaê.
Festa do Divino
A Festa do Divino comemora a descida do Espírito Santo
sobre os apóstolos de Cristo e acontece 50 dias após
o Domingo de Páscoa, o que corresponde ao Pentecostes do
calendário oficial católico. Seu principal símbolo
é uma pomba branca, que representa o Divino Espírito
Santo. A festa foi trazida para o Brasil pelos portugueses, no
século XVI. Em algumas cidades, seu ponto alto é
a coroação do imperador, quando são usadas
roupas luxuosas, feitas de veludo e cetim. Dependendo da região,
pode haver grupos acompanhando com canto e instrumentos as diferentes
etapas dos rituais, como a arrecadação prévia
de contribuições para a realização
do festejo. Além das folias ou bandeiras do Divino, outros
folguedos comuns da festa são as cavalhadas, os moçambiques
e as congadas; e as danças, como o cururu, o jongo e o
fandango. As festas do Divino mais famosas acontecem em Alcântara
(MA), Pirenópolis (GO), Parati (RJ), São Luís
do Paraitinga, Mogi das Cruzes e Tietê (SP).
Festas juninas
Presentes em todo o país, elas acontecem no mês de
junho e homenageiam três santos. O primeiro é Santo
Antônio, no dia 13; São João é comemorado
no dia 24; no dia 29 é a vez de São Pedro. As festas
costumam ser realizadas ao ar livre, em um terreiro enfeitado
com bandeirinhas coloridas, onde uma fogueira permanece acesa
durante a noite toda. À mesa são servidas comidas
típicas, como canjica de milho, pé-de-moleque, pipoca,
amendoim torrado e doce de batata-doce, entre outras. Os adultos
bebem vinho quente temperado com
especiarias e o tradicional quentão, feito à base
de pinga e gengibre. O momento alto da festa é a dança
da quadrilha. Nessa época, as pessoas costumam fazer pedidos
aos santos: daí vêm as "simpatias", rituais
que devem ser seguidos à risca para que um desejo se realize
- as mais conhecidas estão ligadas a Santo Antônio,
considerado "casamenteiro". A origem das festas juninas
remonta à Antiguidade e às celebrações
do sucesso das colheitas, do trabalho e da procriação.
A fogueira e o casamento caipira, por exemplo, são alguns
dos
símbolos que atravessaram os tempos. Os antigos se entregavam
a orgias, acreditando que a energia sexual fertilizasse a terra;
com a chegada do cristianismo a prática se extingue mas
seu significado permanece na união do casal de caipiras.
Frevo
Essa dança tipicamente nordestina embala multidões
de carnavalescos - especialmente em Pernambuco -, que parecem
"ferver" ao som da música. O nome frevo tem sua
origem justamente nessa idéia de "fervura". Seus
passos são derivados da capoeira e as coreografias, bastante
variadas, dão ampla liberdade de improvisação
ao dançarino. Existem três tipos de frevo: o de rua,
com ritmo eletrizante produzido por trompetes e trombones; o frevo
de canção, geralmente apresentado em clubes, executado
por um cantor ou cantora; e o frevo de bloco, com ritmo mais lento,
conduzido por vozes femininas e instrumentos como flauta, violão
, bandolim, cavaco e banjos.
Literatura de cordel
Literatura de cordel é um tipo de poesia popular impressa
em folhetos ilustrados com xilogravuras. O nome vem da forma como
os poemas eram apresentados ao público: os livretos eram
pendurados em cordões em feiras e mercados populares. Trazido
pelos portugueses na segunda metade do século XIX, esse
gênero literário permanece até hoje bastante
difundido no Nordeste, especialmente nos estados de Pernambuco,
Paraíba, Ceará e Alagoas. Os poemas, geralmente
vendidos pelos próprios autores, narram fatos do cotidiano
local, como acontecimentos políticos, festas, disputas,
milagres, enchentes e secas. Além deles, a literatura de
cordel possui um repertório permanente que descreve feitos
heróicos ligados à vida dos cangaceiros e de bandidos
famosos, milagres do padre Cícero, episódios da
história do rei Carlos Magno e dos Dozes Pares de França
e até mesmo fatos relacionados à morte do ex-presidente
Getúlio Vargas. Os poemas muitas vezes são declamados
ou cantados em público, com acompanhamento de violas sertanejas.
Um dos poetas mais famosos da história do cordel é
o paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918), que criou mais
de mil folhetos. Das gerações seguintes, merecem
destaque José Alves Sobrinho, Patativa do Assaré
e Homero do Rego Barros. Grandes escritores, como Guimarães
Rosa, José Lins do Rego, Ariano Suassuna e João
Cabral de Melo Neto, foram influenciados por essa forma de literatura
popular.
Madeira
A escultura de madeira é uma técnica muito empregada
pelos santeiros de Ibimirim (PE) e de várias cidades do
Piauí, que imprimem estilo próprio ao representar
cenas religiosas.
Maracatu
É um cortejo ligado ao Carnaval, principalmente em Pernambuco,
em que os participantes percorrem as ruas vestindo fantasias enfeitadas
com lantejoulas, fitas e cocares e dançando embalados por
instrumentos de percussão, como agogôs, chocalhos
e tambores. Seus personagens principais são o rei, a rainha
e a chamada dama do paço, que carrega uma boneca, a calunga.
Surgido na época da escravidão, esse folguedo funcionava
como um momento de união dos negros. Por influência
da Igreja e dos senhores de fazenda – que temiam que os
encontros incentivassem o paganismo e a revolta contra o sistema
escravagista -, o folguedo ganha um cunho religioso e passa ser
representado em frente das igrejas. Perdida a tradição
sagrada, hoje o maracatu é uma das grandes atrações
do Carnaval, atraindo multidões às ruas por onde
passa.
Pastoril
O tema desse auto de Natal, originário da Europa medieval,
é o aviso do anjo aos pastores sobre o nascimento do menino
Jesus. Os participantes do folguedo percorrem as ruas da cidade
cantando, dançando e, sempre que param, fazem a encenação.
Suas personagens principais são as pastoras, geralmente
meninas e adolescentes divididas em dois cordões, o azul
e o encarnado (vermelho). Outros personagens freqüentes do
folguedo são a estrela, os anjos, os reis magos e, ainda,
pequenos animais, como a borboleta. As pastoras tocam pandeiros
enfeitados de fitas, acompanhadas por uma pequena orquestra com
instrumentos, como surdo, caixa, violão, sanfona, cavaquinho,
clarineta e trombone. É encenado principalmente no Nordeste.
Reisado
Auto de Natal encenado no Nordeste com temas variados, em que
os participantes cantam e dançam ao som de instrumentos
como sanfona, pandeiro e zabumba. Exibindo-se pelas ruas e praças,
vão pedindo donativos por onde passam. Dependendo do tema
e da região, esse folguedo apresenta personagens como o
rei, a rainha, o mestre, o contramestre, a estrela, o Mateus e
o palhaço. Também aqui, como acontece com muitos
bumba-meu-boi nordestinos, cada personagem representa um papel
que nem sempre se encaixa ao conjunto. Para
garantir certa unidade à encenação, há,
geralmente, esquetes cômicos. Alguns reisados incluem uma
versão abreviada do bumba-meu-boi. Os participantes usam
roupas e chapéus coloridos e ricamente ornamentados com
vidrilhos, lantejoulas, fitas e espelhos. Segundo a crença
popular, os espelhos têm o poder de proteger os dançarinos
contra o mau olhado.
Rendas
Trazida pelas mulheres portuguesas na época do Brasil colonial,
essa técnica artesanal está presente em vários
estados brasileiros. As rendas mais famosas vêm dos estados
do Ceará e de Santa Catarina, onde é possível
encontrar as de bilro e de crivo. Em Alagoas, existem as rendas
filé e boa-noite e, em Sergipe, a rara renda irlandesa.
Nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte,
predominam a renda renascença e a de
labirinto. Esses diversos tipos de renda utilizam matérias-primas
e técnicas diferenciadas. A de bilro é feita em
uma almofada, na qual os bilros – feitos de pequenos cocos
– são amarrados aos fios ,que vão sendo entremeados
de acordo com os desenhos riscados em um papelão. O trançar
dos bilros é feito com o auxílio de alfinetes ou
espinhos do mandacaru. A renda renascença e a irlandesa
também são feitas em almofada. A primeira acrescenta
ao bordado uma fita de algodão e a segunda, muito comum
em altar de igrejas,
usa fita de seda. As rendas labirinto, de crivo, boa-noite e filé
são feitas de tecido, geralmente de algodão ou linho,
desfiado e depois costurado para formar o desenho. A renda boa-noite,
por exemplo, traz o desenho da flor boa-noite, natural das margens
do rio São Francisco.
Tambor-de-crioula
Praticado no Maranhão, é uma dança de umbigada
exclusivamente reservada às mulheres, conhecidas como coreiras.
Geralmente, as dançarinas se vestem com blusas brancas
e saias bem coloridas e compridas. A "punga" (umbigada)
acontece quando uma coreira, que dança no centro da roda,
convida uma companheira para ocupar seu lugar. Para o acompanhamento
rítmico, são utilizados três tambores feitos
de tronco de árvore e tocados apenas por homens. O tambor-de-crioula
é dançando principalmente na época das festas
para São Benedito, mas pode ocorrer em outras ocasiões
festivas, em diversas épocas do ano.
Tapeçaria
Almofadas, redes de dormir, tapetes, mantas, xales, cortinas e
outros trabalhos feitos em tear manual são encontrados
em todo o Brasil. Os tapetes mais famosos vêm principalmente
dos estados das regiões Nordeste e Sul. No Piauí,
no município de Pedro II, encontram-se redes de dormir,
como a tapueirana, caracterizada pela mescla de diversas cores,
a rede olho de pombo, com buracos franzidos, e a rede caruá,
de aspecto rústico. Da Paraíba, vêm diversos
artigos produzidos em tear manual com linhas de cores fortes e
vibrantes, além da mistura da carnaúba, sisal e
cabelo de coqueiro na trama
Tecelagem
Almofadas, redes de dormir, tapetes, mantas, xales, cortinas e
outros trabalhos feitos em tear manual são encontrados
em todo o BrasilNo Ceará, na Paraíba, em Pernambuco
e em Sergipe está presente a tecedura de redes, em que
se utiliza, além do tradicional tear de pedal, um pequeno
tear de mão, conhecido como mamucabo, para produzir as
alças das redes.
Candomblé
Religião afro-brasileira que cultua os orixás, deuses
das nações africanas de língua ioruba dotados
de sentimentos humanos, como ciúme e vaidade. O candomblé
chegou ao Brasil, entre os séculos XVI e XIX, com o tráfico
de escravos negros da África Ocidental. Sofreu grande repressão
dos colonizadores portugueses, que o consideravam feitiçaria.
Para sobreviver às perseguições, os adeptos
passaram a associar os orixás aos santos católicos,
em um processo chamado de sincretismo religioso. Por exemplo,
Iemanjá é associada a Nossa Senhora da Conceição;
Iansã a Santa Bárbara Uma das festas mais conhecidas
do candomblé brasileiro é a de Iemanjá, orixá
feminino considerado a rainha dos mares e oceanos. A comemoração
acontece no dia 2 de fevereiro, na Bahia, A Lavagem do Bonfim,
em Salvador (BA), é um dos exemplos da fusão religiosa
do catolicismo com o candomblé. O Senhor do Bonfim, homenageado
no dia 11 de janeiro, é identificado como Oxalá.
Os fiéis percorrem, em cortejo, um trajeto que começa
no largo da
Conceição e termina na Igreja de Nosso Senhor do
Bonfim. No local é realizada a lavagem simbólica
das escadarias da igreja, com água perfumada e flores.
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