:: A TERCEIRA IDADE
O corpo não é uma unidade estática.
Desde o momento da concepção, as células do
organismo multiplicam-se, dividem-se e multiplicam-se novamente.
Em certas épocas, como na infância e na gravidez, essas
mudanças são rápidas. Em outras as alterações
são visíveis externamente, pois a atividade das células
permite a regeneração e restauração
do tecidos, o crescimento dos ossos, unhas e cabelos e o aumento
da massa muscular. Ao envelhecermos, o funcionamento de nosso relógio
diminui e as mudanças físicas, próprias da
idade avançada, começam a se instalar.
Entre os 20 e os 50 anos, o corpo não apresenta
mudanças externas muito visíveis. Mais tarde, com
a menopausa, no caso da mulher, e com o início das mudanças
físicas da idade avançada, tanto no homem como na
mulher, surge uma seqüência de mudanças rápidas,
causadas pela perda progressiva de elasticidade dos tecidos do corpo,
o que resulta no enrugamento da pele e na perda de flexibilidade
das articulações. Uma boa alimentação,
exames e de saúde periódicos e atividades físicas
e mentais contínuas podem ajudar a pessoa a envelhecer da
melhor forma possível.
Conforme você envelhece, sofre alterações
físicas e mentais –mais isso não precisa implicar
em perda da saúde ou da vitalidade. A boa alimentação
e exercícios regulares podem retardar as mudanças
físicas. Manter o interesse em novas idéias e no mundo
ao seu redor pode retardar o envelhecimento mental.
Todos ficam mais vagarosos com a idade. Os tecidos
perdem a elasticidade, deixando a pele enrugada e as articulações
mais rígidas. Os ossos se tornam mais propensos a fraturas
e a memória, menos confiável.
Essas mudanças variam de pessoa para pessoa:
quem se mantém em boa forma física e não está
doente apresenta poucos sinais de envelhecimento até bem
depois dos 60 anos. Muitas pessoas, com 70 anos ou mais, ainda participam
de maratonas, jogam partidas de tênis, e tem uma vida intelectual
gratificante.
ALIMENTAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
O corpo humano, como qualquer outra máquina,
vai-se tornando menos eficiente com o passar dos anos. Mas idade
avançada não precisa ser sinônimo de problemas
de saúde. Com a mudança de alguns hábitos alimentares,
é possível compensar as mudanças que vão
ocorrendo naturalmente com a idade, o que favorece a boa forma e
a saúde.
Alterações do metabolismo
Com a idade, as pessoas costumam engordar. O
nível de metabolismo basal do organismo (energia usada pelo
organismo para manter as funções vitais do corpo),
aos 75 anos, é inferior aquele registrado por volta dos 25
anos. Isto é, a queima da energia no corpo em repouso diminuiu.
Se estiver ganhado ou perdendo peso sem razão aparente, consulte
um médico.
Para não ganhar peso, é preciso
reduzir a ingestão diária de calorias ou, melhor ainda,
aumentar o nível de atividade física para queimar
as calorias excesso. Muitas pessoas não diminuem a ingestão
de calorias mesmo quando, aposentadas, reduzem sensivelmente suas
atividades físicas. A obesidade é um problema comum
nessa fase.
Deficiência de nutrientes
A dieta alimentar de algumas pessoas idosas é
pouco variada e não é balanceada. Diante da dificuldade
de fazer compras com freqüência, muitos preferem estocar
alimentos industrializados e enlatados em vez de comprar comidas
frescas. A falta de motivação e impedimentos físicos
- como a artrite - são outras razões que levam as
pessoas a preferir alimentos industrializados.
Embora a falta de dinheiro seja muitas vezes
usada como desculpa, uma dieta balanceada, com grandes quantidades
de alimentos frescos, custa menos do que alimentos industrializados.
O problema, em geral, é de ordem prática: quem irá
comprar e reparar as refeições para aquelas pessoas
que não podem ou não querem fazê-lo?
Como melhorar a dieta
A importância de uma dieta balanceada
e variada aumenta conforme os anos vão passando. Evite ingerir
alimentos industrializados, com adição de gordura
ou açúcar. Frutas, verduras, legumes, arroz e pão
de trigo são fontes de fibras, vitaminas e sais minerais.
Por isso ajudam a prevenir a prisão de ventre. A ingestão
de líquidos regularmente também ajuda a manter o bom
funcionamento intestinal.
EXERCÍCIOS PARA A TERCEIRA IDADE
Conservar as boas condições físicas
através da prática regular de exercícios ajuda
a manter o funcionamento normal das articulações,
ossos, músculos, tendões e ligamentos até uma
idade mais avançada. Está comprovado que exercícios
regulares são a melhor medicina preventiva que existe.
Os exercícios reduzem o risco de quedas,
pois mantêm a flexibilidade das articulações
e a força, o equilíbrio e a coordenação
muscular. Entre os idosos, quedas são uma causa corriqueira
de contusões sérias, como fraturas no pulso e do quadril.
Além de ajudar a manter a mobilidade e
a independência, os exercícios retardam o desenvolvimento
da osteoporose. Essa doença é mais comum entre as
mulheres e torna os ossos mais finos e fracos com o avanço
dos anos. As pessoas idosas que se mantêm em forma e ativas
possuem ossos mais fortes e são, portanto, muito menos vulneráveis
a fraturas quando levam tombos.
Como começar
Mesmo por volta dos 70 anos, muitas pessoas são
capazes de participar de uma maratona ou jogar tênis. Porém,
exceder-se pode trazer riscos se a pessoa ficou inativa por muitos
anos. Mesmo se você não pratica exercícios há
muito tempo, não é tarde para iniciar um programa
de condicionamento bem planejado. Antes de mais nada, porém,
submeta-se a um check-up.
Tendo o aval de seu médico, você
pode começar a se exercitar, porém com cautela. Agora
que está mais velho, não pode se esforçar tanto
como antigamente. Caminhar ou nadar são atividades suaves,
ideais para o começo. Não importa que exercício
escolher, você talvez se sinta um pouco ofegante, mas não
com dificuldade de respirar; cansado, mas não totalmente
exausto.
Melhorando o condicionamento
Trabalhar demais o corpo sem estar suficientemente
em forma pode ser perigoso. A melhor maneira de começar é
aumentando gradativamente o nível de atividade, por exemplo,
percorrer distâncias cada vez maiores sem descansar. À
medida que seu condicionamento melhora, você terá condições
de exercitar-se cada vez mais. Sua meta final deveria ser exercitar-se
por 20 minutos, mais duas vezes por semana. Lembre-se que, com o
envelhecimento, seus músculos levam mais tempo para se recuperar
após exercícios. Se não estiver acostumado
a fazer exercícios, sentirá uma certa rigidez por
um ou dois dias. Se você se machucar enquanto estiver se exercitando,
suas contusões não vão sarar tão rapidamente
como antes.
Seu programa de exercícios
A melhor forma de incorporar os exercícios
a seu estilo de vida é escolher atividades que se enquadram
facilmente à sua rotina. Em vez de ir às lojas mais
próximas de carro ou de ônibus, procure ir a pé
ou de bicicleta. Se você usa transportes públicos,
desça dois pontos antes de sua casa e faça o restante
do trajeto a pé. Se você tiver um cachorro, aumente
o percurso dos passeios diários – dessa forma, tanto
você como ele farão mais exercício. Subir escada
em vez de tomar o elevador é um excelente exercício,
pois trabalha o coração, pulmões e músculos.
Pode, no entanto, sobrecarregar os quadris e os joelhos de pessoas
que sofrem de artrite. Se você apresenta um distúrbio
cardíaco ou pulmonar, mesmo leve, esse exercício pode
causar dores no peito ou grave falta de ar. Se você sentir
qualquer sintoma desse tipo, deve evitar subir escada, se possível.
SEXO NA TERCEIRA IDADE
O sexo freqüente, seguro e prazeroso faz
um bem danado à saúde. Protege o coração,
emagrece, eleva a auto-estima, melhora o humor e até remoça.
Ele é tão importante que serve como um dos parâmetros
da Organização Mundial da Saúde para determinar
a qualidade de vida das pessoas. Mas, com as transformações
por que passa o organismo no decorrer dos anos, não é
fácil manter a libido a mil. No caso das mulheres, com a
chegada da menopausa, os seios já não enrijecem como
antes durante a fase de excitação. O aporte de sangue
para a vagina e a lubrificação do órgão
diminui. Além disso, a perda de tônus muscular em todo
o corpo reflete-se na região vaginal, que fica menos elástica.
Isso significa que a resposta às carícias e ao próprio
ato sexual já não é tão rápida
e tão intensa. Ou seja, torna-se mais complicado atingir
o orgasmo. Com os homens, não é diferente um mesmo
estímulo sexual que, na juventude, saía do cérebro
e deixava o pênis ereto em apenas três segundos demora
40 vezes mais para fazer efeito no homem de meia-idade. Além
disso o aporte de sangue para o pênis é menor, assim
como o tônus muscular da região. Com isso, a ereção
tende a ser menos potente e o orgasmo, mais difícil.
A boa notícia: é possível
retardar essas transformações e recuperar o fôlego
e o entusiasmo na cama (e no sofá, e no carro, e na escada,
e no elevador). O mais importante é combinar uma alimentação
equilibrada com a prática regular de exercícios físicos.
Para os homens, essa é uma das principais armas contra os
maiores inimigos das ereções potentes, colesterol
alto e a hipertensão. Para as mulheres, dieta saudável
e exercício freqüente funcionam com o uma espécie
de injeção de ânimo para o sexo. Especialmente
porque ajudam a manter a forma e, conseqüentemente, a auto-estima.
De cada dez brasileiras, sete reclamam da falta de libido. O principal
motivo? Insatisfação com o próprio corpo. A
abster-se do excesso do álcool também dá uma
força ao desejo sexual. Por último, mais ou menos
importante, é fundamental controlar a ansiedade na hora H.
O melhor sexo é aquele que se faz sem aflições.
Expectativas exageradas com a própria performance, por exemplo,
contaminam a ereção e podem um círculo vicioso.
Ainda que os hábitos saudáveis
não consigam manter o sexo satisfatório, a medicina
pode dar uma mãozinha. Entre as mulheres de meia-idade, a
terapia de reposição hormonal aumenta a libido e a
lubrificação vaginal, além de outros benefícios.
Os homens podem contar com a ajuda do Viagra e de seus equivalentes.
A falta de desejo, tanto para homens como para
mulheres, continua a ser um desafio para a medicina. A única
fórmula eficaz é aquela que muitos casais ouvem dos
terapeutas e sexólogos: feito com prazer, freqüência
e cumplicidade, o sexo dá vontade de fazer mais sexo. Nos
enredos mais felizes, com o mesmo parceiro.
VIDA MAIS LONGA
A expectativa de vida da população
é um dos índices de desenvolvimento de um país.
Nas nações ricas, as pessoas tendem a ser longevas
porque se alimentam melhor, dispõem de boas condições
sanitárias, contam com uma assistência médica
e hospitais de ponta e têm um grau de educação
mais elevado. No Brasil, a despeito de todas as dificuldades sociais
e econômicas, a expectativa de vida aumentou quase 35 anos
desde 1900. Hoje, ela praticamente bate nos 69 anos. A perspectiva
de uma vida longa é uma conquista e tanto da civilização,
mas existe uma contrapartida: exige que se tomem cuidados com problemas
que, na maioria das vezes, estão relacionados, ao desgaste
causado pela passagem do tempo. É o caso do diabetes, das
disfunções cardíacas, de determinados tipos
de câncer e do mal de Alzheimer, entre outras doenças.
Para evitá-los, é fundamental manter desde cedo um
estilo de vida saudável: comer com parcimônia os alimentos
certos, dormir bem, fazer ginástica. Já está
provado que tudo isso ajuda a viver mais (mesmo que, de vez em quando,
você caia na tentação de uma feijoada, mate
a sessão de aeróbica e tome um chopinho com os amigos).
Tão importante quanto seguir as recomendações
dos médicos é cultivar, na medida do possível,
uma atitude positiva, o bom humor, a felicidade. Quem consegue aliar
essas coisas no cotidiano tem a recompensa refletida no espelho.
A pele fica mais viçosa, o corpo mais alinhado. Dá
até para pensar em esticar a juventude, aquele efeito buscado
principalmente pelos artistas e desprezado apenas pelos mal-humorados
que acham que aparência não nada a ver com essência.
Para permanecer jovem por anos a fio, a maioria das estrelas do
showbiz e adjacências tem a seu favor a genética –
além, é claro, de um saldo bancário que lhe
permite viver de forma mais saudável que os mortais comuns
e usar todo o arsenal existente no campo da cosmética e da
cirurgia plástica. Mas, ainda que você não conte
com tento dinheiro assim, ou com genes tão privilegiados,
a verdade é que hoje existem à sua disposição
vários recursos que ajudam a segurar a ação
do tempo. A qualidade do futuro depende da qualidade do presente.
Isso pressupõe não fumar, ter uma alimentação
balanceada e praticar exercícios físicos. Por bons
hábitos entendem-se também as atitudes perante a vida.
Da relação com os amigos e parentes ao modo como se
lida com o dinheiro e o conhecimento.
BIBLIOGRAFIA:
. GUIA DA VIDA SAUDÁVEL – O GLOBO
. VEJA EDIÇÃO ESPECIAL - SAÚDE
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