:: Voleibol - Volley Ball – Minonette

Pode-se dizer que a origem desse esporte é recente, pois ele surgiu quatro anos após o basquetebol (criado em 1891). Sua criação é atribuída ao americano Willian G. Morgan, diretor do departamento de Educação Física da Young Men Christian Association — Associação Cristã de Moços (ACM) —, na cidade de Holyoke, Massachusetts (EUA), que era freqüentada por jovens e executivos. Seus associados mais velhos sentiam-se cansados ao praticarem o esporte da época (e da moda) — o basquetebol — após um cansativo dia de trabalho e não haviam se adaptado a ele devido aos choques, que provocavam muitas lesões. O tênis fora descartado por causa da limitação do número de jogadores e também porque exigia muito material.

Assim, para conciliar um jogo com o condicionamento físico dessas pessoas, um pastor chamado Lawrence Rinder sugeriu a William Morgan a criação de um esporte, surgindo então o minonette. Antes, ele chegou a cogitar o uso de modalidades antigas. Nenhuma delas, porém, atendia aos critérios desejados, pois ele queria algo mais recreativo, em que houvesse menor contato físico entre os participantes, mas que também lhes proporcionasse um esforço físico que pudesse trazer benefícios à saúde.

Morgan colocou, no centro da quadra, uma rede semelhante à de tênis a 1,98 m do chão, sobre a qual a bola deveria ser enviada, por meio de toques com a mão, de um lado para o outro, por jogadores dispostos nos dois lados da quadra, o que tornava esse esporte menos cansativo devido ao pouco deslocamento que ele exigia em comparação ao basquetebol. A quadra possuía 15,75 m de comprimento e 7,65 m de largura. Pode-se dizer que o voleibol é uma mistura de tênis com handebol.

A bola utilizada de início foi a de basquetebol, que se mostrou muito pesada, mas a firma A. G. Spalding & Brother, a pedido de William Morgan, confeccionou uma mais leve, com medida, peso e material de acordo com o solicitado. A bola era de couro, com câmara de borracha, uma circunferência de 67,5 cm e peso que variava de 255 a 340 g. Foi imediatamente aprovada pelos praticantes da época.

O minonette ficou restrito à cidade de Holyoke e ao ginásio onde Morgan era diretor, até que, em 1896, ocorreu uma conferência entre diretores de Educação Física dos Estados Unidos na Springfield's College. Duas equipes da cidade fizeram uma demonstração com cinco jogadores, tendo como capitães J. Currane e John Lynch, e, assim, o jogo foi apresentado oficialmente e começou a se difundir por Springfield e outras cidades de Massachussetts e Nova Inglaterra. Em junho de 1896, a revista mensal Physical Education publicou um artigo intitulado "O original jogo de voleibol", divulgando seu inventor e afirmando que ele vinha preencher uma lacuna dentre os jogos, possibilitando um jogo em local fechado que não fosse tão exaustivo, mas que tivesse certo grau de atividade.

De início, esse esporte não teve tanta expansão porque era praticado em locais fechados, mas, depois que foi introduzido nos programas de atividades esportivas, passou a ser admirado pelos jovens e percebido não como atividade simples e, sim, como passível de muitas jogadas, tornando-se amplamente competitivo.

O Dr. A. T. Halstead, de Springfield, sugeriu que o termo minonette fosse trocado por volley ball (volley: ato de jogar a bola constantemente em voleio; ball: bola).

O voleibol passou a ser difundido pelo mundo por suas regras simples. O primeiro país a conhecê-lo foi o Canadá, em 1890, por intermédio da ACM, que adotou essa prática em todas as suas unidades dos EUA e Canadá; seguido das Américas Central e do Sul: Cuba — 1905; Porto Rico — 1909; Peru — 1910; Uruguai — 1912; Brasil e México — 1917. O Peru foi o primeiro país da América do Sul a conhecer esse esporte por meio de uma missão governamental norte-americana que tinha como objetivo organizar a educação primária do país com um programa que continha aulas de basquetebol, handebol e voleibol. Em 1908, Heizo Omori e F. H. Brown o difundiram em Tóquio por obras da ACM.

Os soldados americanos que estavam na Europa durante a Segunda Guerra Mundial e as ACMs espalhadas pelo mundo contribuíram para a maior divulgação do esporte. Sua fácil adaptação a qualquer solo e o fato de ele usar uma bola e uma rede que facilmente poderia se substituída por outro material o tornaram uma prática constante nos momentos de folga dos soldados na guerra. Após a guerra, muitos países, como Checoslováquia, Polônia, União Soviética, França e Bulgária, adotaram o voleibol em seus clubes e escolas.

Há dúvidas em relação à chegada do voleibol ao Brasil: não se sabe se ele foi jogado pela primeira vez em Pernambuco, em 1915, ou em São Paulo, trazido pela ACM por volta de 1917.
A Federação Internacional de Voleibol foi fundada em 20 de abril de 1947, em Paris, pelos seguintes países: EUA, Brasil, Hungria, Uruguai, França, Itália, Egito, Holanda, Portugal, Romênia, Polônia, Iugoslávia e Checoslováquia. Seu primeiro presidente foi o francês Paul Libaud.

William Morgan faleceu em 27 de dezembro de 1942, aos 72 anos de idade, sem poder admirar os campeonatos mundiais que em 1949 se iniciaram em Praga, Checoslováquia.

:: O Voleibol no Brasil

Há duas versões sobre a origem do voleibol no Brasil: uma delas afirma que ele foi jogado pela primeira vez em Pernambuco, no Colégio Marista de Recife, em 1915, e a outra credita sua introdução no país a ACM de São Paulo, aproximadamente em 1917.

O primeiro clube a introduzir esse esporte em seu quadro de atividades foi o Fluminense Futebol Clube, que, de imediato, realizou um torneio aberto com os clubes que eram filiados à Liga Metropolitana de Esportes Terrestres.

Nosso país vem se destacando nesse esporte, apesar de ter sofrido com a distância entre os países europeus e com a dificuldade em participar de campeonatos internacionais, além da falta de patrocínio. Até a década de 70, o Brasil, embora possuísse hegemonia masculina e dividisse com o Peru a feminina, na América do Sul, não passava das posições intermediárias nas competições de maior abrangência. A CBV, em colaboração com algumas federações estaduais, passou a investir mais na formação de técnicos e atletas, organizando muitos cursos ministrados por técnicos estrangeiros de renome.

A partir de 1975, Carlos Arthur Nuzman associou o marketing ao esporte, e por apresentar melhor nível técnico, o voleibol passou a despertar o interesse do público, chegando a ser televisionado. Isso ocorreu em 1981, quando a tevê Record transmitiu ao vivo e em horário nobre o Mundialito de Voleibol Feminino, com audiência inacreditável para a época. Com isso, os patrocinadores se empolgaram e procuraram o vôlei, proporcionando mais renda para as equipes aplicarem em seus atletas, técnicos, equipamentos e tempo de treino. Nuzman também permitiu ao Brasil ser sede dos mundiais masculino e feminino na categoria juvenil em 1977, abrindo as portas para que as empresas investissem no esporte e para que o país passasse a sediar mais campeonatos.
A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) foi criada em 9 de agosto no ano de 1954, ou seja, há 48 anos, tendo como objetivo difundir o esporte por meio de cursos e "escolinhas". Seu primeiro presidente foi Denis Hatthaway, e, hoje, quem a preside é Ary Graça. Dez anos após sua criação, o Brasil participou da sua primeira Olimpíada em 1964 com a equipe de voleibol masculino e ficou em 7. º lugar.

Em 1968, no México, o Brasil ficou em 9. º lugar; em 1972, na Alemanha, em 8. º; em 1976, no Canadá, em 7. º; em 1980, na Rússia, em 5. º, iniciando a participação feminina em Olimpíadas: sete.º lugar. Com progressivas melhoras, em 1984, nos Estados Unidos, o masculino ganhou medalha de prata e o feminino ficou em 7. º lugar novamente; em 1988, na Coréia do Sul, o masculino ficou em 4. º lugar e o feminino, em 6. º; em 1992, em Barcelona, pela primeira vez na história brasileira, o masculino conseguiu uma medalha de ouro; e o feminino ficou em 4. º lugar, melhorando sua performance; em 1996, novamente nos Estados Unidos, o masculino ficou em 5. º lugar e o feminino, em 3. º e, em 2000, na Austrália, o masculino ficou com o seis.ª colocação e o feminino, novamente com o bronze. Em 1984, o Brasil se afirmou no voleibol ao ganhar a medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles. A equipe era composta por Amauri, William, Fernando, Renan, Xandó, Bernard e Montanaro, entre outros, e dirigida pelo técnico Bebeto de Freitas. Se em 1984 ficamos com o dois. º lugar, em Barcelona ficamos com o 1. º. Em 1992, a equipe — formada por Maurício, Marcelo Negrão, Paulão, Marcelão, Tande e Gionanni —, além de conquistar a medalha de ouro, consagrou definitivamente o voleibol como uma paixão nacional, especialmente das mulheres, que, enlouquecidas, lotavam os ginásios para ver os belos jogadores da seleção brasileira. Essa equipe era dirigida pelo técnico José Roberto Guimarães. Enquanto a equipe masculina colecionava títulos internacionais, o voleibol feminino, num trabalho de renovação muito forte, começava a conquistar títulos mundiais nas categorias preparatórias (infanto-juvenil e juvenil). Desse trabalho, resultou a formação de uma equipe nacional muito forte que já conquistou uma medalha de bronze em Atlanta e, apesar de ser favorita à medalha de ouro na Austrália, acabou ficando em 3.º lugar novamente.

A Confederação Brasileira de Voleibol possui 27 federações estaduais de voleibol, 64.789 atletas de quadra e 1.408 do vôlei de praia federados. Por intermédio dela, o Brasil tem sediado vários campeonatos, sendo um dos países que mais ceceou campeonatos mundiais de voleibol (Campeonato Mundial Feminino de 1994; Campeonato Mundial Masculino de 1990; Campeonatos Mundiais Juvenis Masculino e Feminino de 1977; além dos Campeonato Mundial Infanto-Juvenil Feminino e Campeonato Mundial de Clubes Masculino e Feminino, Liga Mundial, Gran Prix, Mundiais de Praia Masculino e Feminino, entre outros).

Isso é o resultado de uma confederação organizada, que possui ótimo setor administrativo e técnico. Uma de suas novas implantações é o exame antidoping em época de treinamento das equipes.

A Superliga de Voleibol é o campeonato nacional mais forte do mundo, e não há outra seleção que possua a equipe masculina e a feminina com um posicionamento tão bom quanto o Brasil. Isso se deve a muito trabalho e empenho dos técnicos, atletas e dirigentes. O voleibol é o esporte mais jogado no país depois do futebol, exceto em Belo Horizonte e Brasília, onde ocorre um equilíbrio em relação ao futebol.

Características do jogo

O voleibol é um esporte praticado por duas equipes em uma quadra dividida por uma rede.

A finalidade do jogo é enviar a bola acima da rede, com o intuito de fazê-la cair na superfície da área da equipe adversária, assim como evitar que a outra equipe o faça. Cada equipe tem direito a três toques para o retorno da bola, além do contato do bloqueio.
A bola é colocada em jogo com um saque e continua em jogo até cair dentro da quadra, ir para fora ou até uma das equipes participantes falhar no retorno da bola para a equipe adversária.
No voleibol, a equipe que ganha um rali (trajetória da bola) recebe um ponto. Quando a equipe receptora ganha o rali, obtém um ponto e o direito de sacar. Seus jogadores, nesse momento, mudam de posição, efetuando um movimento de rotação sempre no sentido dos ponteiros do relógio.

1. ÁREA DE JOGO

A área de jogo compreende a quadra de jogo e a zona livre. Ela deve ser retangular e simétrica.

1.1 DIMENSÕES

A quadra de jogo constitui um retângulo medindo 18 x 9 m e é circundada por uma zona livre com, no mínimo, 3 m de largura em todos os lados do retângulo.
O eixo da linha central divide a quadra de jogo em duas áreas de idênticas medidas - 9 m x 9 m cada. Essa linha se estende por sob a rede, de uma linha lateral até a outra.
Em cada quadra de jogo, uma linha delimita a zona de ataque. Essa linha é medida e desenhada a três metros de distância do eixo central, estando inserida nas dimensões da zona de ataque.
A zona de saque corresponde a uma área de 9 m de largura, localizada atrás de cada linha de fundo, sendo delimitada, lateralmente, por duas linhas de 15 cm de extensão, colocadas a 20 cm após a linha de fundo, como uma extensão das linhas laterais da quadra de jogo.

1.2 REDES E POSTES DE SUPORTE

A rede é instalada, verticalmente, sobre a linha central da quadra de jogo, a uma altura, medida do topo da rede no centro da quadra, de 2,43 m para jogos masculinos e de 2,24 m para jogos femininos. A altura da rede nas suas extremidades deve ser igual à sua altura no centro, havendo uma tolerância desde que não exceda à altura regulamentar em mais de 2 cm. A rede tem 1 m de largura e 9,50 m a 10,0 m de comprimento. Em sua parte superior, há uma faixa horizontal com 7 cm de largura. A antena é uma haste flexível com 1,8 m de extensão e 10 mm de diâmetro, feita de fibra de vidro ou material similar. As antenas estendem-se 80 cm acima da borda superior da rede e são consideradas partes da rede, delimitando, lateralmente, o espaço de cruzamento. Os postes que sustentam a rede são colocados a uma distância de 0,5 m a 1 m além das linhas laterais. Eles têm 2,55 m de altura e devem ser, de preferência, ajustáveis.

1.3 BOLAS

Sua circunferência é de 65 a 67 cm e seu peso, de 260 a 280 g. A pressão interior da bola deve ser de 0,300 a 0,325 kg/cm2 ou de 0,426 a 0,461 lbs.

2.PARTICIPANTES

2.1 COMPOSIÇÃO DA EQUIPE

Uma equipe pode ser composta, no máximo, por 12 jogadores, um técnico, um assistente técnico, um preparador físico e um médico. Um dos jogadores, exceto o líbero, é o capitão da equipe e, como tal, deve estar indicado na súmula do jogo. O uniforme dos jogadores é constituído de camisa, calção, meias e tênis, sendo as camisas dos jogadores numeradas de 1 a 18.

3. FORMATO DO JOGO

3.1 PARA MARCAR UM PONTO

3.1.1 A equipe marca um ponto:

- Pelo sucesso ao fazer cair a bola no piso da quadra de jogo da equipe adversária;
- Quando a equipe adversária comete uma falta;
- Quando a equipe adversária recebe uma penalidade.

3.1.2 Conseqüências para quem vence um rali (seqüência de ações de jogadas a partir do toque no saque, feito pelo sacador, até o momento em que a bola estiver fora de jogo):

- Se a equipe que saca vence um rali, ela marca um ponto e continua sacando;
- Se a equipe receptora do saque vence um rali, ela marca um ponto e deve executar o próximo saque.

3.1.3 Para ganhar um set (exceto o decisivo - o quinto), a equipe precisa atingir 25 pontos, com uma vantagem mínima de dois pontos em relação à equipe adversária. Em caso de empate em 24 pontos, o jogo continua até que dois pontos de vantagem sejam conquistados.

3.1.4 Para ganhar  um  jogo,  a equipe vencedora  deve ganhar três sets.  No caso de ocorrer um empate de sets (2 x 2), o set decisivo (quinto) é jogado com uma contagem de 15 pontos, vencendo a equipe que tiver uma vantagem mínima de dois pontos.

4. ESTRUTURA DO JOGO

4.1 POSICIONAMENTO

4.1.1 As posições dos jogadores são numeradas assim:

- Os três jogadores que se encontram posicionados ao longo da rede formam a linha de ataque e ocupam as posições 4 (ataque-esquerda), 3 (ataque-centro) e 2 (ataque-direita);
- Os outros três jogadores são os jogadores de defesa e ocupam as posições 5 (defesa-esquerda), 6 (defesa-centro) e 1 (defesa-direita).

4.1.2 Rodízio - Quando a equipe receptora ganha o direito de sacar, seus jogadores efetuam uma rotação, avançando uma posição, sempre no sentido horário. O jogador que está na posição 2 vai para a posição 1 a fim de sacar; o jogador da posição 1 vai para a 6, e assim por diante.

5. O JOGADOR LÍBERO

5.1 DESIGNAÇÃO DO LÍBERO

Cada equipe tem o direito de escolher, entre os 12 jogadores, um jogador defensivo especializado: o líbero. Esse jogador está autorizado a trocar com qualquer jogador de defesa, está restrito a jogar como um jogador de defesa e não lhe é permitido completar um toque de ataque de qualquer lugar se, no momento desse contato, a bola estiver completamente acima da borda superior da rede. Ele não pode sacar, bloquear ou participar de uma tentativa de bloqueio.

:: As primeiras regras

- Pontos: total de nove, mas só era contado ponto para a equipe que tivesse sacado (contagem muito semelhante à atual).
- Quadra: media 15,25 m de comprimento por 7,65 m de largura.
- Rede: tinha 0,60 m de largura por 8,23 m de comprimento.
- Bola: devia ser uma câmara de borracha coberta de couro ou lona, com 0,625 a 0,675 m de circunferência e pesando entre 255 e 340 g aproximadamente.
- Sacador e saque: o primeiro devia manter-se com um pé na linha de fundo e tinha duas chances para colocar a bola no campo contrário; se a bola não chegasse ao campo contrário, poderia ser rebatida para que ultrapassasse a rede; se não fosse, passaria ao outro time.
- Bola na rede: se não fosse a do saque, era considerada bola morta.
- Bola na linha: se tocasse na linha, era considerada fora.
- Jogo e jogadores: qualquer número de jogadores; não podiam tocar na rede nem prender a bola; se ela tocasse qualquer objeto fora da quadra e retornasse ao jogo, poderia ser rebatida.

:: Evolução das regras

- 1900: o set terminava em 21 pontos; a rede passou a ter 2,13 m e a bola que tocava a linha passou a ser boa; a bola não podia mais tocar objetos fora da quadra.
- 1912: a quadra passou a medir 18,18 x 10,16 m, e a rede, 2,28 m de altura e 0,91 m de largura; foi introduzido o rodízio obrigatório dos jogadores.
- 1917: a rede passou a ter 2,44 m de altura e o set, a terminar com 15 pontos.
- 1918: o time era composto por seis jogadores.
- 1921: foi introduzida a linha central.
- 1922: a bola podia ser tocada por um time no máximo três vezes, enquanto os jogadores da defesa ficavam impedidos de participar do ataque.
- 1925: o set terminava no 15.º ponto somente se houvesse dois pontos de diferença entre as equipes.
- 1938: o bloqueio passou a ser permitido.
- Após 1938: as mudanças continuaram a acontecer. A quadra passou a medir 18 x 9 m; foram introduzidas as posições dos jogadores; foi inventada a manchete; o saque passou a ser usado como ataque; o bloqueio, que contava um toque, passou a ser nulo; foram criados a invasão da linha central, o bloqueio ofensivo e o sistema por pontos em tie-break.
- Em 1998, a Federação Internacional de Volley Ball (FIVB) fez várias alterações nas regras, tornando o jogo mais atraente para os amantes do voleibol e mais disputado entre as equipes. Entre as principais mudanças estão a permissão da invasão do bloqueio, a instituição das varetas na rede, a proibição do bloqueio do saque, a liberação dos dois toques na recepção, a não-contagem do toque no bloqueio para a armação da jogada, a instituição do tie-break no quinto set, o fim da limitação da zona de saque, a liberação do toque na bola com qualquer parte do corpo, a marcação de toque na rede só em caso de ação ofensiva, a liberação da recuperação de bola fora da limitação da antena, o prolongamento da marcação para o ataque do fundo de quadra, a instituição de bolas coloridas, a permissão para o técnico ficar em pé e se locomover em uma área restrita, a criação do líbero, o fim da vantagem e a adoção do rali-ponto, a eliminação da linha dos três metros e o término dos quatro primeiros sets aos 25 pontos e do quinto aos 15 pontos.

:: Fundamentos do jogo
Para dar início aos fundamentos, é preciso saber que, quanto à regra, a bola pode ser tocada por qualquer parte do corpo acima da cintura, desde que não seja segurada ou conduzida.

- Apresentação: a posição básica é aquela que introduz a execução dos demais fundamentos. Ela deve ser executada de tal forma que permita a pronta entrada em ação por parte do atleta, pois a dinâmica do voleibol requer intervenções imediatas. Além de ser cômoda, ela deve favorecer deslocamentos rápidos em qualquer direção. O executante deve estar com os membros inferiores abduzidos, semiflexionados e um ligeiramente à frente do outro. Os membros superiores devem estar semiflexionados, e os cotovelos, com um afastamento lateral um pouco superior à largura dos ombros e um pouco à frente da linha anterior ao tronco. Esse posicionamento intermediário do membro superior permite a execução tanto da manchete como do toque da bola por cima. Os pés devem estar com os calcanhares fora de contato com o chão, e os joelhos um pouco à frente para favorecer os deslocamentos para frente ou para as diagonais.

- Toque: é o fundamento mais característico do voleibol, utilizado com bolas altas e médias, sendo responsável pela preparação do ataque (levantamento). Algumas vezes, os atacantes também o utilizam. Em posição de expectativa, cotovelos semiflexionados à frente do corpo, mãos na altura do rosto, palmas voltadas para frente e para cima, dedos abertos e firmes, o jogador procura tocar a bola de baixo para cima, com todos os dedos, junto com uma coordenação dos movimentos de extensão dos pés, pernas, tronco, braços, punhos e dedos. No instante do toque da bola, todo corpo participa. A variação se dá de acordo com a altura, velocidade e trajetória que se quer dar e a distância a que será enviada a bola.

- Manchete: é mais utilizada durante a recepção de saques e em defesas de bolas cortadas, pois o contato com a bola se faz no antebraço, que é uma região que suporta melhor os fortes impactos provocados por ela. Os membros inferiores devem estar da mesma forma que durante o toque, semiflexionados e afastados lateralmente na distância do ombro. Os membros superiores, estendidos e unidos à frente do corpo. As mãos, unidas e sobrepostas, com os polegares estendidos e encostados um ao lado do outro. No movimento de ataque à bola, os membros inferiores estendem-se, o peso do corpo é transferido para o membro da frente e os membros superiores permanecem sem movimento com a musculatura contraída.

- Saque por baixo: a bola é lançada para cima, à frente do corpo, e golpeada com o membro contrário ao que lançou a bola, que realiza todo o movimento em direção à bola estando estendido. O peso do corpo é transferido para o membro que está à frente. A mão deve estar arredondada, com os dedos unidos e contraídos, para tornar a área de impacto mais sólida e, assim, facilitar o envio da bola a distâncias maiores. Com o golpe da bola e a transferência do peso do corpo para o membro da frente, há uma tendência natural de o membro de trás ser lançado à frente, o que deve ser aproveitado para o passo que introduz o sacador na quadra de jogo.

- Saque por cima: também conhecido como saque tipo tênis por ser parecido com o movimento chamado smash do tênis de campo. Em virtude da velocidade que o braço pode atingir, o impacto na bola é bem mais potente que o do saque por baixo. A sua aprendizagem facilita muito a introdução da cortada, pois os movimentos de braços e tronco são muito semelhantes. A bola é lançada com ambas as mãos, acima da cabeça (a aproximadamente 1,50 m) e um pouco atrás da linha normal do tronco. Com o lançamento da bola para o alto, os membros superiores são movimentados naturalmente para cima. O que vai golpear a bola faz um movimento passando por cima do ombro, posicionando-se semiflexionado, na máxima amplitude escápulo-umeral.

- Cortada: é o fundamento do voleibol que finaliza a maioria das ações ofensivas e objetiva enviar, por meio de um forte golpe dado durante o salto, a bola de encontro ao solo da quadra do adversário. É uma habilidade motora de execução complexa, uma vez que toda ação é condicionada pelas características da trajetória do levantamento.

- O deslocamento: pode ser realizado em uma, duas, três ou mais passadas de corrida, com os membros superiores semiflexionados ao lado do corpo. Para iniciantes, recomenda-se três passadas, pois eles aprenderão a sistemática do deslocamento numa distância não muito longa da rede. Quando se dão três passadas, o início é com o pé esquerdo à frente. A primeira passada é com o pé direito, depois uma dupla, de forma que a esquerda chegue à frente da direita. Quanto maior a aceleração nesse deslocamento, maiores são as possibilidades de uma boa impulsão.

- A chamada: após o deslocamento, ambos os pés tocam o solo (a aproximadamente 85 cm da rede), com o esquerdo (para os destros) ligeiramente mais próximo da rede que o direito, e com um afastamento lateral um pouco menor que a largura dos ombros. O corpo se inclina um pouco para frente e os cotovelos estendidos são lançados para trás. Os joelhos flexionam-se aproximadamente a 90º.

- O salto: os pés tocam o chão, primeiro com os calcanhares, juntamente com uma brusca extensão dos joelhos e do lançamento vigoroso dos braços para cima e pela frente do corpo.

- Fase aérea: os membros superiores são lançados para cima. O que vai golpear a bola faz um movimento passando sobre a linha do ombro, posicionando-se, semiflexionado, na máxima amplitude escápulo-umeral. O outro encerra sua trajetória um pouco acima da linha do ombro, estendido à frente. O tronco faz uma hiperextensão. A batida na bola deve acompanhar uma flexão de punho para imprimir uma rotação à bola, objetivando aumentar as chances de ela cair dentro da quadra adversária.

- Queda: no instante do contato com o solo, o executante deve amortecer a queda de forma a se reequilibrar para não cair na rede e evitar lesões traumáticas. É importante que o salto para a cortada seja o mais vertical possível. Nas bolas levantadas distantes da rede, o cortador deve encurtar ou diminuir em número as passadas para não passar da bola. O braço de ataque deve ser lançado bem para frente para evitar o envio da bola na rede. O trabalho de punho deve ser acentuado para aumentar as chances de por a bola dentro da quadra adversária.


- Bloqueio: é um dos fundamentos que mais evoluíram com o passar dos anos, em detrimento do crescimento da potência dos atacantes e de suas habilidades individuais.
No vôlei atual, fica cada vez mais evidente a necessidade de uma boa formação e atuação do bloqueio para se ter êxito numa partida.
Os estudiosos consideram o bloqueio como o fundamento de maior dificuldade para se ter êxito, pois ele é condicionado pela ação do adversário e precisa ser realizado em fração de segundos.
Os bons bloqueadores são raríssimos e disputadíssimos pelas grandes equipes. Eles aparecem menos que os atacantes para o público, acostumado a valorizar os finalizadores, mas são tão ou mais importantes que eles para um time.

Descrição técnica do fundamento

- Função tática dentro da equipe: amortecer a bola para a defesa, cobrindo determinado posicionamento da quadra onde o atacante adversário é mais eficaz. O bloqueio é um fundamento que objetiva interceptar junto à rede a bola cortada pelo adversário. Essa habilidade de caráter defensivo pode se tornar ofensiva quando consegue enviar a bola contra o solo do atacante.

- Postura de salto: Posição inicial: em pé, membros inferiores estendidos e abduzidos na distância entre os ombros; tronco ereto; membros superiores semiflexionados elevados acima da cabeça, no prolongamento do corpo, sentido ântero-posterior; mãos espalmadas com os dedos separados e polegares voltados para cima.

- Desenvolvimento: Fase preparatória (posição de expectativa): ao iniciar o salto, em pé, junto à rede; depois, joelhos semiflexionados, pés paralelos em afastamento lateral numa distância quase que igual à largura dos ombros; cotovelos semiflexionados com as mãos ao lado dos ombros, com as palmas voltadas para frente (em bolas rápidas de primeiro tempo, braços estendidos).

- Execução: no momento adequado, o bloqueador salta, estendendo todo o corpo, mantendo os braços estendidos acima e à frente da orelha e permanecendo com as mãos espalmadas e os dedos separados. A distância entre as mãos depende da avaliação do bloqueador com relação à jogada, bem como a ligeira ou total flexão do punho depende do tipo de bloqueio a ser efetuado. Nos bloqueios ofensivos, as mãos invadem o espaço aéreo do adversário e se posicionam abertas, estendidas, firmes, uma ao lado da outra, formando um obstáculo à passagem da bola. O bloqueador espera o impacto da bola (pois ele não pode tocá-la antes do atacante) para flexionar os punhos, enviando-a contra o solo adversário e, também, para impedir que ela "espirre" para fora da quadra. Nos bloqueios defensivos, as mãos invadem o campo adversário e são colocadas junto à rede, na frente da bola, com extensão dos punhos para montar um anteparo a ela. Nesse tipo de bloqueio, a preocupação é amortecer a bola para que os demais membros da equipe possam recuperá-la. Nota: é importante ressaltar que, no momento de efetuar o bloqueio (contato com a bola), o corpo deve estar contraído (principalmente os membros inferiores) para suportar o impacto com a bola e não perder a postura. Os iniciantes têm dificuldades em acertar o "tempo de bloqueio" e ajustar a postura do corpo para bloquear.

- Queda: realizado o bloqueio, acontece a queda, que deve ser feita com equilíbrio, de forma amortecida e girando-se para o lado em que a bola se dirigiu quando ela não foi totalmente retida.

- Tempo de bloqueio: há necessidade da coordenação do tempo de subida do bloqueador em relação ao cortador para que a ação do primeiro não seja prejudicada, levando-o a saltar antes ou depois do momento correto. O bloqueador deve antecipar ou retardar a subida em função de levantamentos mais rápidos ou mais lentos feitos pelo levantador adversário. Nos levantamentos médios (bolas normais), o bloqueador deverá saltar com um tempo de atraso em relação ao atacante. Nos levantamentos muito altos, o número de tempos é maior: dois ou três tempos. Nas bolas bem baixas, deve ocorrer uma antecipação do bloqueador. A distância da bola em relação à rede também influi no tempo e na técnica do bloqueio.

- Deslocamentos: é preciso um deslocamento rápido para ajustar-se e preparar-se para executar um bloqueio com eficiência, com velocidade e altura adequadas, e coordenação com os outros jogadores (bloqueio duplo ou triplo). Recomenda-se a mesma técnica de movimentação indicada anteriormente, com o bloqueador terminando com os pés paralelos voltados para a rede, assim como a cintura escapular. Quanto ao número de participantes, ele pode ser simples, duplo e triplo. No bloqueio simples, normalmente o jogador se preocupa em tocar na bola para impedir o sucesso da cortada sem preocupações de ordem tática, que é mais comum nos coletivos. No bloqueio duplo, na maioria das vezes, um jogador marca a bola cortada para frente e outro protege a bola, que vai na direção diagonal. Para bloqueio duplo, principalmente para iniciantes, recomenda-se que o jogador que já ocupa a posição onde vai ser realizado o ataque dê o posicionamento (marcação) do bloqueio, servindo de referência para aquele que se desloca. O atleta da bola marca a bola batida na paralela, e o que se desloca fecha a diagonal. O mesmo princípio é aplicado na formação do bloqueio triplo.

Tipos de deslocamentos:

Passada lateral: realizada por meio de deslocamentos laterais, utilizando-se de um ou dois dos passos laterais, dependendo da distância que o atleta deve percorrer para posicionar-se para bloquear. É utilizada para percorrer distâncias curtas entre um e três metros. É mais utilizada por bloqueadores da extremidade da rede, ajustando-se mais facilmente ao local de bloquear. Deve ser realizada de forma paralela à rede, sem se perder a distância inicial com ela.

Passada mista: nesse tipo de deslocamento, existe uma combinação do passo cruzado com o passo lateral, pois ela é utilizada para percorrer distâncias um pouco superiores a três metros. Inicia-se com uma passada lateral, depois uma cruzada, e novamente uma cruzada lateral para posicionar-se no local do bloqueio. Nas passadas laterais, há uma variação da sua distância. Nesse tipo de deslocamento, deve haver uma preocupação em manter o corpo paralelo à rede, na relação com os ombros. É freqüentemente utilizada por bloqueadores de meio nos deslocamentos para a extremidade da rede.

Passada de frente: nesse tipo de deslocamento, o atleta desloca-se perpendicularmente à rede e, no local exato de realizar o bloqueio, salta executando um giro de corpo e ficando novamente de frente para a rede. É bastante utilizada por atletas de meio, que têm de cobrir distâncias maiores, e por atletas de baixa estatura, pois proporciona um alcance maior na altura do bloqueio. Na sua execução, existe uma dificuldade em se girar o corpo e posicioná-lo de frente para a rede, o que pode vir a prejudicar a postura no momento do bloqueio.

- Defesa em pé: a defesa em pé é o emprego da manchete para impedir que a bola cortada vá de encontro ao solo, mas seu uso na defesa difere muito do uso para recepção de saque. O ângulo de queda e a velocidade da bola são maiores. Isso implica que o defensor esteja bem abaixado e que o impacto da bola no antebraço seja muito forte. O jogador que defende deve estar em constante movimentação à procura de um posicionamento mais adequado, determinado pela posição da bola em relação ao bloqueio de sua própria equipe.

- Rolamento: é um fundamento para a recuperação de bolas fora do alcance da manchete, principalmente para os lados, o que permite ao atleta cobrir uma boa distância rapidamente e ainda estar pronto novamente para participar do jogo. A sua execução é realizada com um deslocamento lateral em que o jogador realiza uma queda, defende a bola com uma das mãos ou com a manchete.

- Mergulho: também é um fundamento que objetiva a recuperação de bolas distantes, geralmente à frente do atleta. Após um deslocamento, o jogador se apóia sobre uma perna semiflexionada e mergulha em direção à bola. Ela pode ser recuperada com as costas da mão, com a parte interna da mão fechada, por meio de uma flexão de punho para cima e até de manchete. Uma vez tocada a bola, o atleta amortece a queda por meio de uma flexão dos cotovelos e com o contato progressivo do peito e do corpo no solo. Para as mulheres, o ângulo de queda deve ser menos acentuado para que o amortecimento e o deslize do corpo no solo se façam sobre o abdome e não sobre os seios.

Jogadas Simples

1) Bola Alta
Esta jogada geralmente chamada de bola de segurança é usada para atacantes lentos, ou quando o passe não chega em condições ideais para o levantador. Bola facilmente marcada pelo bloqueio adversário podendo receber um bloqueio triplo.
2) Meia Bola
Esta jogada é usada geralmente em jogadas de finta. É um levantamento um pouco mais baixo que a bola alta, dependendo da velocidade do atacante a metade da altura da mesma.
3) Tempo Frente
Esta jogada consiste em desmarcar o atacante de ponta/intermediária (saída de rede), deixando os mesmos com bloqueio simples.É efetuada com o atacante de meio de rede batendo uma bola rápida levantada acima da cabeça do levantador em direção para a entrada de rede (ponta).
4) Tempo Atrás
Esta jogada consiste em desmarcar o atacante de ponta/intermediária (saída de rede), deixando os mesmos com bloqueio simples. É efetuada com o atacante de meio de rede batendo uma bola rápida levantada acima da cabeça do levantador em direção para a saída de rede (intermediária).
5) Chute Ponta
Esta jogada consiste em desmarcar o atacante de ponta, deixando os mesmos com bloqueio simples. É uma bola rápida em direção à ponta de rede, conseqüentemente atrasando o bloqueador de meio adversário.O atacante receberá esta bola com bloqueio simples ou com um duplo tendo o jogador de meio adversário completamente desequilibrado.
6) Chute Meio
Esta jogada consiste em desmarcar o atacante de ponta/intermediária (saída), deixando os mesmos com bloqueio simples. É uma bola rápida em direção ao meio de rede a uns dois passos à frente do levantador, conseqüentemente deslocando o bloqueador de meio adversário.O atacante receberá esta bola com bloqueio simples de um jogador de meio adversário desequilibrado.
7) China
Esta jogada é efetuada com uma bola chutada a uns dois passos às costas do levantador para o atacante de meio, uma grande finta para um jogada de Chute Ponta.

Jogadas de Fintas

1) Degrau
Esta jogada consiste em desmarcar o atacante de ponta, é efetuada com o atacante de meio de rede batendo uma bola rápida de tempo com o jogador de ponta batendo uma meia bola atrás do mesmo.
2) Desmico
Esta jogada consiste em trombar o bloqueio adversário quando bem efetuada. É feita com o atacante de ponta batendo uma bola rápida de tempo com o jogador de meio de rede batendo uma meia bola atrás do mesmo. O inverso do Degrau.
3) Between (entre em inglês)
É uma jogada para que o bloqueador de meio adversário atrapalhe o bloqueador de saída/levantador em seu ato de bloqueio. É efetuada com o atacante de meio de rede batendo uma bola de chute-meio e o de ponta batendo uma meia bola entre os dois. Sendo que o meio adversário irá acompanhar o nosso atacante de meio bloqueando a passagem do bloqueio que irá marcar a ponta.
4) Jogada X
É uma jogada para que o bloqueador de ponta adversário atrapalhe o bloqueador de meio em seu ato de bloqueio. É efetuada com o atacante de saída de rede (intermediária) batendo uma bola rápida de tempo, com a atacante de meio batendo uma meia bola atrás do levantador (saída de rede).

VÔLEI MASCULINO NO BRASIL

Apesar de sua crescente popularidade em todo o mundo, o volei só passou a ser considerado modalidade olímpica a partir de 1962. Cinco anos antes, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já havia dado os primeiros sinais para a aceitação do novo esporte. Mas foi durante o Congresso de Sófia, na Bulgária, que a entidade finalmente oficializou sua admissão na Olimpíada.

Entre os jogos de Seul/88 e a Olímpíada de Barcelona/92, o voleibol do Brasil atravessou a maior revolução de sua história. Nas categorias de base, campeãs em inúmeros torneios internacionais, inclusive um Mundial Juvenil, emergiram novos valores capazes de empurrar os mais veteranos à aposentadoria. A primeira comprovação do acerto do rejuvenescimento proposto por Carlos Arthur Nuzman, o presidente da CBV, aconteceu nos Pan-Americanos de Havana, Cuba, em 1991. O Brasil só conquistou a medalha de prata. Perdeu as decisões, respectivamente por 0x3 e 1x3. Perdeu apenas, todavia, para dois grandes times anfitriões.

Na fase de qualificação, arrasou os EUA, campeões em Seul, por 3x0. Com o estímulo do Pan, o Brasil desenhou em Barcelona um percurso de raro brilhantismo. Foi um salto. Com vara, diga-se, de tão alto. Sob a liderança de um treinador carismático e estudioso, José Roberto Guimarães, o volei masculino arrebatou o ouro na Espanha. Nas oito pelejas que disputou, o masculino cedeu meramente dois sets e, com a exceção da semifinal diante dos EUA. Relembre os placares: 3x0 na Coréia do Sul, 3x0 na Holanda, 3x1 na Comunidade dos Estados Independentes, 3x1 em Cuba, 3x0 na Argélia.

Campeão invicto da sua chave, nas quartas-de-final o Brasil ultrapassou o Japão por 3x0. Nas Semi-s, único susto, entregou o set inicial aos EUA, mas virou o placar, 3x1. Então, numa performance impecável, numa atuação irresistível, praticamente perfeita, esmagou a Holanda, 3x0. Paralelamente aos resultados numéricos, o Brasil apresentou um estilo inédito no mundo, baseado na impressionante versatilidade dos seus jogadores e na velocidade imarcável dos levantamentos de Maurício para as cortadas de Tande, Giovane, Negrão, Paulão ou Carlão. Sensacional. Eis a delegação masculina presente aos Jogos de Barcelona/92...

Em 1994, no entanto, os chamados "menino de ouro do Brasil" não repetiram a performance dos dois anos anteriores. Depois de um início arrasador na Liga Mundial, o time teve uma inexplicável queda de ritmo na fase final da competição, perdeu um bicampeonato tido como certo e ficou apenas com a terceira colocação. No Mundial da Grécia, o time brasileiro novamente não esteve bem e terminou em quinto lugar. No ano seguinte, o grupo comandado pelo técnico José Roberto Guimarães se recuperou e ficou com o segundo lugar da Liga Mundial. A final foi contra a Itália, no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, placar de 3x2 para os italianos.
No Sul-Americano, em Porto Alegre, a confirmação da supremacia do voleibol brasileiro no continente: vitória de 3x1 sobre a Argentina. Na Copa do Mundo, em novembro, no Japão, uma das competições mais difíceis do esporte, a Seleção brasileira não decepcionou a sua torcida e, com a terceira colocação, garantiu uma das três vagas para os jogos Olímpicos de Atlanta. Mas o ano de 1996 não foi bom para a equipe brasileira, que não conseguiu passar da quinta colocação - primeiro na Liga Mundial, em Junho, e em seguida nos Jogos Olímpicos um mês depois.

VÔLEI FEMININO NO BRASIL

A partir da década de 80 o voleibol feminino começou a dar os primeiros passos, época em que o esporte obteve os primeiros resultados expressivos com competições internacionais. Apesar de nomes como Isabel, Vera Mossa e Jacqueline terem ganhado destaque no exterior, a seleção feminina ocupava uma posição intermediária entre forças do voleibol mundial. A mudança veio com as Olimpíadas de Seul (1988), quando o time dirigido pelo técnico Jorge de Barros obteve um inédito sexto lugar na competição.

Em Barcelona, quatro anos depois, o feminino ficou com a quarta colocação apenas por causa da ingenuidade e da inexperiência do seu elenco muito jovem. Aliás, um elenco indisposto com o técnico Wadson Lima, que depois entregaria o cargo a Bernadinho. A seleção das meninas realizou uma excelente fase de qualificação. Apesar do nervosismo da estréia, ganhou da Holanda, 3x1 (15/09, 15/03, 11/15 e 15/07). Diante de Cuba, na sua segunda partida, atuou muito bem no set inicial, 11/15, e arrasou o poderoso time inimigo no seguinte, 15/13. Erros no saque e no contra-ataque, porém, comprometeram o seu terceiro set, perdido de 13/15. No quarto, Cuba se tranqüilizou e venceu, sem problemas, 15/09.

Então, nem os mais fanáticos dos torcedores acreditavam que o Brasil pudesse passar às quartas-de-final. Para tanto, teria que abater a fortíssima equipe da China. Aconteceu o milagre, no entanto, num cortejo memorável da levantadora Fernanda Venturini, 3/2. Melhor, nas quartas o Brasil ultrapassou, espetacularmente, o tradicionalíssimo time do Japão, 3x1. O impacto do sucesso mexeu com as garotas, que não acreditaram na possibilidade tão próxima da decisão. Nas semifinais, diante da CEI, o Brasil só exibiu lampejos e perdeu de 1x3. Depois na batalha pelo bronze, EUA 3x0, facilmente.

De todo modo, o feminino havia plantado a semente que cresceria até a conquista do Grand Prix em 94 e, no mesmo ano, da medalha de prata no Mundial do Brasil, atrás apenas da grande Cuba. Ficou com Cuba, aliás, o ouro feminino de Barcelona, vitória sobre a CEI na final, 3x1. Atrás do Brasil se colocaram, pela ordem, o Japão, a Holanda, a China e a Espanha.

VÔLEI DE PRAIA

HISTÓRIA: O vôlei de praia começou no Brasil na década de 50, com torneios amadores espalhados pelas praias do Rio de Janeiro, berço do esporte no Brasil. Em 1986, foi realizado o primeiro campeonato oficial chamado Hollywood Volley. Desde então, o volei de praia tornou-se o esporte que mais cresceu no mundo. Tornando-se o esporte a ingressar mais rápido nas Olimpíadas, entrando como teste em 1996, e sendo em 1997 oficializado para 2000! O Brasil já tem seu nome marcado na história do volei de praia como esporte olímpico, por ter as primeiras campeãs e vice da história. No início, o volei de praia era praticado também por duplas mistas e hoje já existe mais uma extensão do esporte: o 4 x 4.

Em 1997 o esporte foi oficializado pela Federação Internacional de Voleibol, FIVB, e foi realizado em Ipanema, Rio de Janeiro, o primeiro mundial. Em 1989 criou-se o I Circuito Mundial de Vôlei de Praia Masculino. Depois, as mulheres passaram também a competir em um circuito internacional - o Women's World Championship Series. O Brasil é sede de etapas dos dois circuitos.

O Brasil tem hoje, sem dúvida, alguns dos melhores atletas de vôlei de praia. Jacqueline e Sandra Pires: Campeãs olímpicas são as atuais campeãs mundiais e detinham até pouco tempo a primeira colocação no ranking. Mônica e Adriana: medalhas de prata em Atlanta foram campeãs mundiais em 94, além de conquistarem a medalha de prata nos jogos de Amizade, 94. Franco e Roberto Lopes, que também representaram o Brasil em Atlanta, foram campeões do Circuito Mundial em 94 e 95. Zé Marco e Emanuel terminaram a temporada de 96 em primeiro lugar e também representaram o Brasil em Atlanta. As campeãs brasileiras Adriana Behar e Shelda estão em primeiro no atual ranking mundial, além de liderarem o circuito brasileiro.

A inclusão do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 é um marco na história do esporte. Em apenas sete anos, desde que foi oficializado pela Federação Internacional de Voleibol, FIVB, em 1988, o volei de praia alcançou o lugar mais nobre do esporte internacional. O Brasil teve uma participação decisiva para que o sonho se tornasse realidade. Afinal, em 1987 demos o saque inicial organizando o Campeonato Mundial do Brasil, na praia de Ipanema, no Rio.

O JOGO: O vôlei de praia é um esporte praticado por duas equipes de dois jogadores cada (tendo na atualidade um derivação, o 4x4, quatro jogadores em cada quadra), disputado em uma quadra de areia dividida em dois campos por uma rede. O jogo tem por objetivo enviar a bola por cima da rede para o solo do campo adversário, evitando que a mesma toque o solo do próprio campo. A bola é colocada em jogo pelo sacador. Este executa o saque golpeando a bola por sobre a rede em direção ao campo oponente. Uma equipe tem o direito de golpear a bola três vezes para enviá-la de volta ao campo adversário. Não é permitido ao jogador golpear a bola duas vezes consecutivamente (exceto quando no bloqueio).


Um rally - tempo em que a bola permanece em jogo - continua até que a bola toque o solo, saia "fora", ou não seja devidamente devolvida ao campo adversário por uma das equipes. No volei de praia, apenas a equipe que estiver sacando poderá marcar "ponto" (exceto no set decisivo). Quando a equipe que estiver recepcionando vencer o rally, ganhará o direito de saque, denominado "vantagem". Sempre que ocorrer uma "vantagem" os jogadores da equipe favorecida deverão mudar de posição, alternando-se no saque. Existem duas formas de disputa de uma partida de volei de praia:

Forma de disputa A - disputa de um set. A equipe vence o set e a partida ao marcar 15 pontos com um mínimo de dois pontos de diferença sobre o placar do adversário. Na ocorrência de um empate em 16 pontos a equipe que marcar 17 pontos vence o set e a partida.

Forma de disputa B - melhor de três sets (dois sets vencedores) - A equipe vence os dois primeiros sets marcando 12 pontos com uma diferença mínima de dois pontos sobre o placar do adversário, vencendo assim a partida. Na ocorrência de um empate em 14 pontos a equipe que marcar 15 vence o set.

Set decisivo - No caso de empate de sets vencidos, 1-1, para vencer o terceiro e decisivo set, a equipe terá de marcar 15 pontos com uma vantagem mínima de dois pontos sobre o placar do adversário. O set decisivo, "tie-brake", é disputado no sistema de contagem contínua, onde um ponto é marcado a cada vez que uma equipe vencer um "rally".

PRINCIPAIS REGRAS: Posições - No momento que a bola for golpeada pelo sacador, cada jogador deverá estar posicionado em sua própria quadra (exceto o sacador). Os jogadores estão livres para se posicionarem na quadra não havendo posições determinadas. NÃO existem faltas de posição ou rodízio.


Por que o voleibol é o segundo esporte do brasileiro?

O futebol é o grande esporte brasileiro e está presente na vida de nossas crianças (principalmente entre os meninos) desde os seus primeiros passos até sua vida adulta, quando se tornam jogadores ou torcedores. Mas o voleibol vem ganhando espaço dentro de nossa cultura futebolística. E podemos imaginar por quê. Ele é um esporte prático, não é preciso ter muito material ou muito preparo físico para jogá-lo. Facilmente encontramos redes armadas em toda a extensão litorânea do país junto de seus adeptos. Isso sem falar no marketing, que foi um grande propulsor de sua ascensão.

Vejam a seguir quais são as características que tornam o voleibol um esporte tão apreciado no Brasil como no mundo todo.

• Como dito anteriormente, ele é um esporte que se adapta a qualquer espaço. Pode ser jogado sobre terra e areia, em piso irregular (pois a bola não precisa entrar em contato com o solo) ou não, como quadras, ruas, gramados, etc. Uma bola e um material que substitua a rede, que pode ser uma corda amarrada em dois postes, mais duas duplas são o bastante para começar uma partida.

• Adapta-se a qualquer idade, pois foi justamente para essa finalidade que foi criado: substituir o cansativo basquetebol. Se não houver uma diferença brutal entre o nível técnico dos participantes, é possível mesclar pessoas de diferentes idades para um jogo de voleibol.

• Pode ser jogado sem muito contato físico, o que não ocorre com o futebol, o handebol e o basquetebol.

• Possui dinâmica intensa, pois o contato com a bola é muito rápido, tornando os espectadores mais envolvidos a cada rali disputado.

• Não objetiva a ação isolada de um jogador, mas a ação conjunta, em que um passe bem feito pode contribuir para que outro consiga realizar uma ótima jogada e, assim, conquiste um ponto para sua equipe. Cada jogador deve cumprir a sua função para que todos sejam beneficiados.

• Com a finalidade de lazer, pode ser perfeitamente adaptado - o tamanho da quadra, o número de participantes, as regras do jogo, pode-se mesclar homens e mulheres de diferentes idades, etc.

• E, por fim, o que o torna mais interessante ainda é o fato de o Brasil estar despontando entre grandes equipes e sediado vários campeonatos, provocando uma aproximação maior entre o público e o voleibol.

BIBLIOGRAFIA:

. www.aprendebrasil.com.br

. www.geocities.com.br

. www.members.tripod.com.br

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