:: HISTÓRIA
Os Jogos Pan-Americanos são uma versão continental
dos Jogos Olímpicos que conta com esportes do Programa Olímpico
e outros não disputados em Olimpíadas. Realizado de
quatro em quatro anos, sempre um ano antes dos Jogos Olímpicos,
a primeira edição do Pan aconteceu em 1951, em Buenos
Aires, capital da Argentina. Porém, sua origem remete a 1932,
aos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Inspirados pela realização,
seis anos antes, dos primeiros Jogos Centro-Americanos, representantes
de países latino-americanos no Comitê Olímpico
Internacional (COI) propuseram a criação de uma competição
que reunisse todos os países das Américas, com o intuito
de fortalecer o esporte na região. A idéia deu origem
ao primeiro Congresso Esportivo Pan-Americano, realizado em Buenos
Aires, em 1940. A princípio, o Congresso definiu que os Jogos
inaugurais seriam disputados em 1942, na própria capital
argentina – planos adiados pela Segunda Guerra Mundial. Ao
fim do conflito, um segundo Congresso Esportivo Pan-Americano, em
Londres, durante as Olimpíadas de 1948, confirmou Buenos
Aires como sede da primeira edição dos Jogos Pan-Americanos,
marcados, enfim, para 1951. A competição foi aberta
no dia 25 de fevereiro e reuniu 2.513 atletas de 21 países,
com 18 modalidades em disputa. Ao longo de mais de 50 anos, os Jogos
Pan-Americanos jamais deixaram de ser disputados e passaram por
cidades de todos os cantos do continente.
Desde o extremo norte, como Winnipeg (Canadá), sede de duas
edições do evento, 1967 e 1999; até o sul,
como Mar Del Plata (Argentina), que recebeu os Jogos de 1995. No
meio desse caminho, os Jogos também visitaram a Cidade do
México (México), Chicago (Estados Unidos), Cáli
(Colômbia), San Juan (Porto Rico), Caracas (Venezuela), Indianápolis
(Estados Unidos) e Havana (Cuba). Isso sem falar em Santo Domingo,
na República Dominicana, que terá a honra de ser a
próxima cidade-sede. Além disso, os Jogos Pan-Americanos
já passaram também pelo Brasil. Em 1963, São
Paulo recebeu a quarta edição da competição.
O evento foi um sucesso, mobilizando a cidade a ponto de reunir
cerca de 40 mil pessoas na cerimônia de abertura, realizada
no Estádio do Pacaembu. E a cada edição, os
Jogos Pan-Americanos foram crescendo de tamanho e importância.
Em menos de meio século, o evento dobrou em número
de países, atletas e modalidades, até tornar-se uma
das principais competições do calendário esportivo
mundial.
AS EDIÇÕES DOS JOGOS PAN-AMERICANOS
1951 – Buenos Aires (Argentina) –
25 de fevereiro a 9 de março 2.513 atletas, 21 países,
18 modalidades
1955 – Cidade do México (México)
– 12 a 26 de março 2.583 atletas, 22 países,
17 modalidades
1959 – Chicago (Estados Unidos) –
27 de agosto a 7 de setembro 2.263 atletas, 25 países, 18
modalidades
1963 – São Paulo (Brasil) –
20 de abril a 5 de maio 1.665 atletas, 22 países, 19 modalidades
1967 – Winnipeg (Canadá) –
24 de julho a 6 de agosto 2.361 atletas, 29 países, 18 modalidades
1971 – Cáli (Colômbia)
– 25 de julho a 8 de agosto 2.935 atletas, 32 países,
18 modalidades
1975 – Cidade do México (México)
– 12 a 25 de outubro 3.146 atletas, 33 países,
18 modalidades
1979 – San Juan (Porto Rico) –
1º a 15 de julho 3.700 atletas, 34 países, 22 modalidades
1983 – Caracas (Venezuela) –
14 a 29 de agosto 3.426 atletas, 36 países, 23 modalidades
1987 – Indianápolis (Estados
Unidos) – 7 a 23 de agosto 4.453 atletas, 38 países,
27 modalidades
1991 – Havana (Cuba) –
8 a 18 de agosto 4.519 atletas, 39 países, 26 modalidades
1995 – Mar del Plata (Argentina) –
11 a 26 de março 5.144 atletas, 42 países, 34 modalidades
1999 – Winnipeg (Canadá) –
23 de julho a 8 de agosto 5.000 atletas, 42 países, 34 modalidades
2003 - Santo Domingo (República Dominicana)
- 1 a 17 de agosto 5.000 atletas*, 42 países, 35 modalidades
:: ODEPA
A
Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA) é
a entidade que reúne os Comitês Olímpicos Nacionais
dos países do continente americano. Reconhecida pelo Comitê
Olímpico Internacional (COI), a ODEPA foi oficialmente fundada
em 8 de agosto de 1948. É uma entidade civil sem fins lucrativos,
apolítica e não religiosa. Tem por missão fortalecer
os vínculos de união e amizade entre os povos americanos
e impulsionar o desenvolvimento do esporte no continente. Agindo
em consonância com os Comitês Nacionais, a ODEPA procura
levar adiante o Olimpismo e seus ideais esportivos e sociais nas
Américas. O principal objetivo da Organização
Desportiva Pan-Americana é a realização dos
Jogos Pan-Americanos, de quatro em quatro anos. As línguas
oficiais da ODEPA são o espanhol e o inglês.
Atualmente a ODEPA tem 42 países membros. Para fazer parte
da entidade, um país das Américas deve ter um Comitê
Olímpico Nacional reconhecido pelo Comitê Olímpico
Internacional (COI). Cada um desses Comitês Olímpicos
Nacionais tem direito a ser representado por dois delegados (um
titular e um suplente) nas Assembléias Gerais da ODEPA. Os
países membros da Organização Desportiva Pan-Americana
são os seguintes: Antilhas Holandesas, Antígua e Barbuda,
Argentina, Aruba, Barramas, Barbados, Belize, Bermudas, Bolívia,
Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba,
Dominicana, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Granada, Guatemala,
Guiana, Haiti, Honduras, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens, ilhas Virgens
Britânicas, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá,
Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Santa Lúcia,
Saint Kitts e Nevis, S. Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad
e Tobago, Uruguai e Venezuela.
A ODEPA tem como autoridade suprema sua Assembléia Geral,
em que cada um dos 42 países membros tem direito a um voto.
Mas os nove países que já sediaram os Jogos Pan-Americanos
têm direito a dois votos em caso de escolha da sede dos Jogos
ou eleição do Comitê Executivo. O Comitê
Executivo é a autoridade delegada permanente da ODEPA. É
formado pelo presidente da Organização, três
vice-presidentes e um secretário-geral, além de um
tesoureiro e mais nove membros, três por cada um dos três
grupos de 14 países cada, reunidos por aproximação
geográfica. À exceção do secretário-geral
e do tesoureiro, indicados pelo presidente para aprovação
da Assembléia Geral, todos os outros cargos são eletivos,
com mandato de quatro anos e direito a reeleição.
A eleição se dá na Assembléia Geral
realizada um ano após cada edição dos Jogos
Pan-Americanos.
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BUENOS AIRES
1951
O cartaz dos primeiros Jogos Pan-Americanos mostra duas mãos
juntas, segurando um ramo de louro. |
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CIDADE DO
MÉXICO 1955
A ilustração faz uma composição
da estátua “Discóbulo” com a bandeira
do México e a logomarca da Organização
Desportiva Pan-Americana (ODEPA). |
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CHICAGO 1959
O cartaz mostra a imagem de um atleta saltando sobre a silhueta
da cidade de Chicago e uma ilustração de duas
mãos se cumprimentando. |
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SÃO
PAULO 1963
A figura do algarismo romano quatro (IV), em referência
ao fato de esta ser a quarta edição dos Jogos,
foi conjugada com a figura de um atleta lançando um disco.
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WINNIPEG
1967
Representa a imagem de um atleta canadense de braços
abertos, em sinal de boas-vindas. A simplicidade do símbolo,
feito com um arco, linhas e um círculo, facilitou seu
reconhecimento pelas pessoas. |
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CÁLI
1971
O cartaz presta homenagem às culturas pré-colombianas,
exaltando o estilo artístico das antigas civilizações
do continente sul-americano, a partir da cunhagem e estilização
de uma figura antropomorfa da cultura Calima, achada em Restrepo,
Valle Del Cauca. |
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CIDADE DO
MÉXICO 1975
O logotipo dos VII Jogos Pan-Americanos é composto de
três círculos que simbolizam a letra “M”
da Cidade do México. Ao mesmo tempo, os círculos
representam as três porções geográficas
do continente americano. Os aros com as cores da bandeira mexicana
simbolizam o jogo Tlachtli, um esporte praticado com bola, proveniente
das culturas Teotihuacana e Maia. |
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SAN JUAN
1979
O Colar de Pedra ou Colar Taíno foi escolhido pelo Comitê
Organizador dos VIII Jogos Pan-Americanos como símbolo
do evento por causa de seu valor histórico e cultural.
É um dos objetos arqueológicos mais valiosos já
encontrados em Porto Rico e dizem que ele era utilizado pelos
índios Taínos tanto para cerimônias religiosas
quanto para eventos esportivos, nos quais ele servia de proteção
e também para rebater a bola no jogo Bato. O logotipo
é formado pelo colar com uma tocha dentro dele. |
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CARACAS 1983
O cartaz mostra a figura de um atleta fazendo uma saudação
com uma das mãos e, com a outra, segurando o fogo olímpico,
representado por três chamas. SANTIAGUITO
– A mascote oficial dos IX Jogos Pan-Americanos
foi assim chamada em homenagem ao fundador da capital venezuelana
e ao seu nome original, Santiago de Leon. O leão simboliza
a força e a união dos países participantes.
Santiaguito também marcou a estréia de mascotes
nos Jogos Pan-Americanos. |
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INDIANÁPOLIS
1987
O logotipo sobrepõe cinco vezes, em tamanhos diferentes,
o algarismo romano dez (X), por ser esta a décima edição
dos Jogos, A imagem representa uma afirmação de
união e energia.
AMIGO – Um papagaio foi a mascote oficial dos
Jogos, usado para passar uma mensagem amistosa de boas-vindas
aos participantes. A escolha do papagaio se deve ao fato deste
ser uma ave típica das Américas, e o nome Amigo
foi inspirado no espírito de amizade e unidade dos povos
do continente. |
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HAVANA 1991
O cartaz oficial apresenta as iniciais das palavras Jogos (J)
Pan-Americanos (P), com as cores da bandeira de Cuba, formando
uma figura original que passa uma imagem de movimento contínuo.
TOCOPAN – O nome da mascote oficial dos Jogos
Pan-Americanos de Havana vem da mistura de “Tocororo”
(considerada a ave nacional de Cuba por possuir as cores da
bandeira nacional) com “Pan-Americanos”. |
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MAR DEL
PLATA 1995
O logotipo é baseado no algarismo romano doze (XII),
celebrando a realização da décima-segunda
edição dos Jogos, e na forma de um atleta em movimento,
com o texto escrito de forma a sugerir um ponto de lançamento,
rampa, pódio.
LOBI – O leão marinho é um habitante
tradicional da cidade de Mar del Plata. Com sorriso e braços
abertos, Lobi dá cordiais boas-vindas à família
pan-americana. |
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WINNIPEG
1999
O cartaz dos Jogos de Winnipeg celebra a vida, o esporte, a
amizade, a competição, a cultura e a força
do espírito humano. A chama pode ser entendida como um
“sol de boas-vindas” ou uma cabeça de uma
pessoa, cujos braços gesticulam convidando o povo das
Américas para os Jogos.
LORITA PANAMERICANA - Uma das mascotes escolhidas para
o Pan de 99 foi um papagaio que se mostrava habilidoso, aventureiro
e divertido. PATO PANAMERICANO
– A outra mascote selecionada foi um pato da espécie
pato-de-madeira, considerado um dos mais belos da América
do Norte. Seu porte atlético e sua vocação
para o entretenimento fizeram com que ele ganhasse a preferência
do público. |
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SANTO DOMINGO
2003
A logomarca dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, que antecederão
o Pan Rio 2007, representa a figura de um atleta correndo, cruzando
a faixa de chegada.
O peixe-boi Tito é a mascote desta edição
dos Jogos. Por ser um animal em extinção, Tito
simboliza o compromisso do povo dominicano em defender a ecologia.
Outro símbolo presente em Santo Domingo é uma
marca gráfica que o Comitê Organizador denominou
de identidade corporativa dos Jogos e representa a silhueta
de um corredor saltando com uma tocha olímpica na sua
mão. Nas cores azul, verde, amarelo e vermelho, representando
a flora dominicana. |
:: DESTAQUES INTERNACIONAIS
A festa de abertura dos Jogos na capital
argentina aconteceu em 25 de fevereiro e contou com a participação
de 2.513 atletas, representando 21 países. Competindo
em casa, os argentinos dominaram totalmente a competição:
ganharam 46,9% dos ouros e 36,2% das medalhas distribuídas.
Os Estados Unidos, que não enviaram seus melhores atletas,
terminaram em segundo no quadro de medalhas. Essa foi uma
das duas únicas derrotas norte-americanas na história.
A outra aconteceu nos Jogos de Havana-1991, quando os cubanos
somaram dez ouros a mais do que o rival (140). Maior força
esportiva mundial, os EUA costumam relegar o Pan a segundo
plano. Com exceção de quando organizaram o evento,
em 1987, em Indianápolis, os norte-americanos não
levam a força máxima e competem com os principais
atletas apenas nos esportes menores ou que valem vaga para
a Olimpíada. Os Jogos são valorizados principalmente
pelos países latinos-americanos que vêm na competição
a chance de projeção. Cuba é a exceção.
Apesar de realizar campanhas destacadas na Olimpíada,
a ilha caribenha costuma disputar com suas principais estrelas,
sendo o único que consegue rivalizar com os EUA.
A sexta edição dos Jogos Pan-Americanos, realizada
de 31 de julho a 13 de agosto, em Cali, marca a ascensão
do esporte cubano. Pela primeira vez na história da
competição, a ilha de Fidel Castro terminou
na segunda posição no quadro de medalhas, atrás
apenas dos Estados Unidos. Essa ordem se manteve até
1991, quando os cubanos conseguiram desbancar o rival da liderança
da classificação final. Os EUA, no entanto,
retomou a hegemonia continental quatro anos depois, nos Jogos
de Buenos Aires.
Um dos destaques cubanos foi o ginasta Jorge Rodríguez,
que ganhou três medalhas de ouro (cavalo com alças,
barra fixa e equipes), duas de prata (solo e salto sobre o
cavalo) e
um de bronze (argolas).
Na oitava edição dos Jogos
Pan-Americanos, Cuba dominou totalmente a disputa masculina
da ginástica artística. Foram oito medalhas
de ouro, quatro de prata e três de bronze. O destaque
da equipe foi Casimiro Suárez, com quatro títulos.
Considerado o melhor boxeador amador de todos os tempos, o
cubano Teófilo Stevenson sagrou-se bicampeão
pan-americano em San Juan. O pugilista caribenho também
foi três vezes campeão olímpico --1972,
76 e 80.
Os Jogos de Caracas (IX Jogos Pan-Americanos),
foram marcados pelos casos de doping. Dezessete competidores
tiveram resultado positivo, além de 12 atletas da equipe
norte-americana de atletismo que abandonaram a competição
por "motivos pessoais" na última hora, o
que levantou suspeitas sobre eles.
Os Jogos de Indianápolis (X Jogos
Pan-Americanos), contaram com a participação
de 4.453 atletas, representando 38 países. Os EUA lideraram
o quadro de medalhas, com 369 (168 de ouro, 118 de prata e
83 de bronze), à frente de Cuba e Canadá. A
atleta norte-americana Jackie Joyner-Kersee foi campeã
no salto em distância e igualou o recorde mundial da
prova, com 7,45 m. Até hoje, ela é a única
que superou a marca dos sete metros no Pan-Americano.
Na décima primeira edição
dos Jogos Pan-Americanos, a Ilha de Fidel Castro conseguiu,
pela primeira vez, superar o rival Estados Unidos no quadro
de medalhas. Competindo em casa, os cubanos somaram 265 pódios
(140 de ouro, 62 de prata e 63 de bronze), contra 352 dos
norte-americanos (130 de ouro, 125 de prata e 97 de bronze).
Depois de perderem a hegemonia continental
em Havana-1991, os norte-americanos ganharam o duelo contra
os cubanos em Mar del Plata (XII Jogos Pan-Americanos). Os
EUA terminaram a competição com 425 pódios
(170 de ouro, 145 de prata e 110 de bronze), contra 238 de
Cuba (112 de ouro, 66 de prata e 60 de bronze).
Nos XIV Jogos Pan-Americanos em Santo Domingo,
os Estados Unidos novamente terminaram na ponta da classificação,
com 272 medalhas (118 de ouro, 80 de prata e 74 de bronze),
bem à frente da segunda colocada Cuba.
:: PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA
O Brasil viveu o melhor momento em 1963,
quando abrigou os Jogos, em São Paulo. Com 14 ouros,
20 pratas e 18 bronzes, os brasileiros figuraram na segunda
posição na classificação final,
atrás apenas dos norte-americanos. Essa foi a única
vez que o país alcançou tal destaque. Normalmente,
a equipe nacional costuma disputar o quarto posto no quadro
de medalhas com o México e a Argentina. Na história,
o Brasil ocupa o quinto lugar, com 765 pódios (186
de ouro, 243 de prata e 336 de bronze), atrás de americanos,
cubanos, canadenses e argentinos. O maior destaque esportivo
do país em Pan é o nadador Gustavo Borges, que
ganhou quatro medalhas em Santo Domingo. Ele detém,
no total, um recorde de 19 medalhas (oito de ouro, oito de
prata e três de bronze), seguido pelos mesa-tenistas
Cláudio Kano, morto em 1996, e Hugo Hoyama, ambos com
12. Borges também divide com Hoyama o recorde de oito
ouros na competição, sendo os dois
brasileiros que mais vezes subiram no lugar
mais alto do pódio.
O resultado mais expressivo do Pan de 1975
foi obtido por João Carlos de Oliveira, o João
do Paulo. Na altitude da capital mexicana, ele quebrou o recorde
mundial do salto triplo, com 17,89 m --marca que durou dez
anos. O incrível salto de João do Pulo surpreendeu
os próprios juízes. O medidor eletrônico
no estádio mexicano chegava apenas a 17,50 m, e os
juízes de linha foram obrigados a improvisar uma trena
para medir o salto. Na única vez na história
dos Jogos, dois países acabaram dividindo o ouro no
futebol. Brasileiros e mexicanos empataram por 1 a 1 na final,
mas não houve decisão nos pênaltis para
definir o campeão, e o título foi dividido.
Na capital venezuelana, a equipe brasileira
superou o desempenho obtido em casa, no Pan de São
Paulo-1963, e atingiu um novo recorde de pódios: 56.
O Brasil também subiu uma posição na
classificação final em relação
ao Pan de 1979 e terminou em quarto, à frente da Argentina.
Os Jogos de Indianápolis contaram
com a participação de 4.453 atletas, representando
38 países. A seleção brasileira masculina
de basquete, na época treinada por Ary Vidal, foi responsável
pelo resultado mais inesperado dos Jogos de Indianápolis.
A equipe liderada por Oscar Schmidt e Marcel impôs a
primeira derrota da história aos norte-americanos,
inventores do basquete, diante sua torcida, por 120 a 115.
O Brasil não era campeão pan-americano de basquete
há 16 anos, desde a vitória em Cali, em 1971.
O judô voltou a ser o esporte mais laureado do país,
com 12 medalhas (5 de ouro, 3 de prata e 4 de bronze).
No Pan de 1991, o nadador Gustavo Borges
iniciou a carreira vitoriosa. Borges voltou ao país
com cinco medalhas: duas de ouro (4 x 100 m e 100 m livre),
duas de prata (4 x 200 m e 200 m livre) e uma de bronze (50
m livre). Eronilde de Araújo iniciou a hegemonia nos
400 m com barreiras --venceu com 49s96. Ele também
foi ouro em Mar del Plata e Winnipeg, igualando-se a Adhemar
Ferreira da Silva como únicos tricampeões do
país no atletismo. O velocista Róbson Caetano
garantiu o primeiro ouro da história do Brasil na prova
mais rápida do atletismo: os 100 m rasos, com 10s32,
superando por três centésimos o norte-americano
Andre Cason. O Brasil alcançou na capital cubana o
primeiro ouro da história da ginástica artística
na competição continental. O país foi
medalha de ouro no salto sobre o cavalo e nas paralelas com
a ginasta Luisa Parente. Na final feminina do basquete, Fidel
Castro fez questão de homenagear Paula e Hortência,
após as duas jogadoras comandarem a seleção
brasileira na conquista do ouro com uma vitória sobre
a equipe local (97 a 76).
Pela primeira vez em sua história,
os brasileiros superaram a marca de 100 medalhas nos Jogos
Pan-Americanos. Em Winnipeg, no Canadá, o país
subiu 101 vezes ao pódio (25 de ouro, 32 de prata e
44 de bronze), melhorando duas posições em relação
à edição anterior dos Jogos. A equipe
nacional terminou atrás das três potências
esportivas continente --EUA (106 de ouro, 110 de prata e 70
de bronze), Cuba (70 de ouro, 40 de prata e 47 de bronze)
e Canadá (64 de ouro, 52 de prata e 80 de bronze)--mas
à frente da arqui-rival Argentina.
Apesar dos problemas de organização, o Brasil
superou as expectativas e alcançou o melhor desempenho
de sua história em Pan-Americanos. O país deixou
Santo Domingo com 122 pódios (28 de ouro, 40 de prata
e 54 de bronze), sendo o único entre as cinco maiores
forças esportivas do continente (EUA, Cuba, Canadá
e Argentina) que subiu mais ao pódio em relação
à edição anterior, em
Winnipeg-99.
QUADRO TOTAL DE MEDALHAS (1951 –
2003).
País |
Ouro |
Prata |
Bronze |
Total |
Estados Unidos |
1.673 |
1.212 |
817 |
3.702 |
Cuba |
722 |
495 |
444 |
1.661 |
Canadá |
308 |
501 |
628 |
1.437 |
Argentina |
247 |
271 |
341 |
859 |
Brasil |
186 |
243 |
336 |
765 |
México |
137 |
193 |
379 |
709 |
Venezuela |
63 |
133 |
191 |
327 |
Colombia |
43 |
90 |
146 |
279 |
Chile |
30 |
64 |
100 |
194 |
Porto Rico |
18 |
65 |
101 |
184 |
Jamaica |
15 |
29 |
48 |
92 |
República Dominicana |
13 |
37 |
71 |
121 |
Uruguai |
11 |
20 |
39 |
70 |
Equador |
9 |
9 |
27 |
45 |
Trinidad e Tobago |
8 |
16 |
23 |
47 |
Peru |
5 |
24 |
46 |
75 |
Guatemala |
5 |
8 |
28 |
41 |
Bahamas |
4 |
10 |
7 |
21 |
Costa Rica |
4 |
6 |
8 |
18 |
Suriname |
4 |
2 |
5 |
11 |
Antilhas Holandesas |
3 |
9 |
15 |
27 |
Panamá |
2 |
22 |
30 |
54 |
Guiana |
2 |
3 |
11 |
16 |
Barbados |
2 |
3 |
6 |
11 |
Bermudas |
1 |
4 |
3 |
8 |
Nicarágua |
0 |
4 |
5 |
9 |
Ilhas Virgens |
0 |
4 |
4 |
8 |
El Salvador |
0 |
3 |
6 |
9 |
Haiti |
0 |
2 |
4 |
6 |
Ilhas Cayman |
0 |
2 |
0 |
2 |
Honduras |
0 |
1 |
3 |
4 |
Paraguai |
0 |
1 |
3 |
4 |
Bolívia |
0 |
1 |
2 |
3 |
Granada |
0 |
1 |
1 |
2 |
Dominica |
0 |
1 |
0 |
1 |
Belize |
0 |
0 |
2 |
2 |
Antígua e Barbuda |
0 |
0 |
1 |
1 |
São Vicente e Granadinas |
0 |
0 |
1 |
1 |
Santa Lúcia |
0 |
0 |
1 |
1 |
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